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Enviada em: 24/07/2019

Na obra “Iracema” do escritor brasileiro José de Alencar, é retratada a história de uma índia que se apaixona por um homem branco, que em analogia demonstra a relação intrínseca do colonizador português e sua dominação em solo brasileiro. Fora da ficção, é possível perceber que a figura do índio ainda é marginalizada na sociedade contemporânea, tendo em vista os problemas relacionados com a demarcação de terras delimitadas pelo agronegócio. Nesse viés, é impreterível a necessidade de uma intervenção governamental com o fito de mitigar essa triste realidade, visando a aumentar a autonomia do índio brasileiro e resguardar seus direitos sobre suas terras.        A princípio, ressalta-se que, de acordo com a Constituição Federal, as terras indígenas devem ser resguardadas por lei, com o objetivo de garantir suas atividades produtivas e a preservação da cultura como um todo. Entretanto, na prática a demarcação de terras é bem diferente, uma vez que muitos indígenas têm de lutar contra as forças destrutivas do agronegócio, que tentam avançar incansavelmente sobre suas terras, a fim de aumentar as áreas de produção agrícola. Desse modo, muitos desses povos acabam perdendo territórios para os agricultores, segundo a Funai (Fundação Nacional do Índio), contrariando diretamente a premissa constitucional e materializando novamente a analogia de Iracema.        Outrossim, na obra “A Revolução dos Bichos” do escritor George Orwell, é mostrada uma sociedade animalista que garante sua liberdade por meio da dominação da terra, fazendo com que o homem seja expulso de sua fazenda para que os animais possam dominar e garantir seus direitos, antes inexistentes. Dessa forma, é perceptível que a obra de Orwell retrata de forma alegórica a realidade indígena contemporânea, que luta constantemente pelo direito básico de acesso à terra e buscam incessantemente por sua liberdade cultural.        Infere-se, portanto, a premência de buscar soluções viáveis para essa problemática. Para isso, é de suma importância que o Governo Federal, em parceria com empresas privadas, busque desenvolver um projeto de manutenção das terras indígenas, criando centros de controle próximos a Amazônia Legal, com o intuito de assegurar os direitos dos índios sobre a terra, utilizando tecnologias como imagens de satélite para controlar os limites do agronegócio. Ademais, embasado no pensamento do pedagogo Paulo Freire, a educação transforma o mundo, sendo assim, é inteligível que o Ministério da Educação deve promover uma campanha de disseminação da cultura indígena, a fim de valorizar a imagem do índio dentro da sociedade, e consequentemente, quebrar o estereótipo do índio dominado demonstrando na obra de José de Alencar.