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Enviada em: 26/06/2019

Segundo o sociólogo contemporâneo Sérgio Buarque de Holanda, as tendências comportamentais dos brasileiros são orientadas de acordo com o altruísmo e a compaixão. Tal premissa, entretanto, não se reflete na promoção da inclusão no meio escolar, visto que pessoas com deficiência são constantemente afastadas desse âmbito. Assim, faz-se fundamental analisar a problemática, seja pela falta de adaptação das instituições de ensino, seja pelo preconceito observado no grupo familiar.    Inicialmente, é válido reconhecer o desajuste do âmbito educador como uma das principais causas da problemática. Acerca disso, deve-se observar o pensamento da filósofa Hannah Arendt, no qual a condição essencial do ser humano é presença da pluralidade e das diferenças. Nesse contexto, a exclusão provocada pelas escolas ao não ofertar infraestrutura e profissionais qualificados para atender adequadamente o público deficiente contraria a concepção de Arendt, uma vez que o caráter  segregador do sistema de ensino impede a plena formação das crianças como seres humanos. Dessa forma, torna-se evidente a necessidade de promover mudanças no mundo escolar para evitar a continuação da segregação.     Além disso, a depreciação dos indivíduos deficientes pela família também pode ser apontada no estudo da problemática. De acordo com o sociólogo francês Émile Durkheim, a instituição familiar tem como responsabilidade iniciar o processo de socialização nos indivíduos por meio da internalização de valores e preceitos. Nessa perspectiva, o grupo parental, ao se basear num conjunto de convicções e crenças,pode transmitir, também, preconceitos e perspectivas negativas acerca de pessoas deficientes, o que dificulta a aceitação de sua condição e prejudica a inclusão desse público na área escolar. Desse modo, nota-se o papel negativo do núcleo familiar na educação inclusiva do País.     Fica evidente, portanto, que são necessárias medidas para possibilitar a total inclusão dos deficientes nas instituições de ensino brasileiras. Logo, é mister que o Poder Público, como instituição garantidora do acesso à educação para todos os indivíduos, elabore políticas públicas que objetivem a inclusão de pessoas com necessidades especiais, mediante a melhoria da infraestrutura e qualificação de profissionais especializados no atendimento desse grupo. Outrossim, os meios midiáticos, junto à ONGs, devem impulsionar campanhas publicitárias que visem a desconstrução de preconceitos, por meio da conscientização familiar e da divulgação de casos de aceitação das deficiências.