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Enviada em: 15/08/2017

No início do século passado, o escritor austríaco Stefan Zweig mudou-se para o Brasil devido à perseguição nazista. Bem recebido e entusiasmado com o potencial da nova casa, Zweig escreveu um livro cujo título é até hoje repetido: "Brasil, o país do futuro". Entretanto, quando se observa as inúmeras barreiras impostas aos portadores de deficiência física no âmbito escolar, percebe-se que a profecia ainda não se cumpriu. Nesse sentido é importante compreender as causas para solucionar a problemática.       A princípio, o drama encontra paralelo nas barreiras arquitetônicas impostas às pessoas com necessidades especiais. Nesse contexto, o Brasil é um péssimo exemplo de prestação de cidadania e dignidade, pois, segundo dados da Secretaria Nacional de Acessibilidade, o país não conta com nenhuma cidade plenamente acessível, contrastando com a realidade de grande parte das nações europeias que investiram maciçamente em acesso e transporte adequado para pessoas com limitações funcionais. Assim, cabe acrescentar que essas dificuldades de deslocamentos favorecem a precariedade do direito de ir e vir do estudantes especiais.       Outrossim, grande parte das escolas brasileiras "padecem" com as péssimas condições de infraestrutura e  de adequação à realidade inclusiva. Destarte, os núcleos educacionais inclusivos, dos centros educacionais, geralmente não possuem as inovações criadas a partir dos avanços das pesquisas em tecnologias assistivas. Soma-se a isso a falta de capacitações e adequações pedagógicas propostas e aplicadas para os docentes, gerando, assim, um descompasso entre ter os equipamentos de inclusão e saber fazer o devido manejo pedagógico do mesmo.          O combate à precariedade da educação inclusiva citado anteriormente, a fim de conter o avanço da dificuldade de acesso à especial, deve tornar-se efetivo, uma vez que representa um retrocesso social. Dessa forma, é preciso que o Ministério da Educação invista na ampliação do uso de tecnologias assistiva em sala de aula com intuito de melhorar a educação especial. Além disso, o poder Executivo Municipal, por meio de decretos, precisa dar acessibilidade e maior possibilidade de deslocamento para as pessoas com deficiência, permitindo, assim, mais prestação de cidadania e dignidade aos mesmos. Por fim, urge que a mídia, a partir de campanhas educativas, deve educar os cidadãos quanto ao respeito e direitos previstos para pessoas com algum tipo de limitação. Sendo assim, com a aplicação de tais medidas, talvez, a profecia de Zweig torne-se realidade no presente.