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Enviada em: 23/10/2017

A Declaração da Salamanca, elaborada na Espanha em 1994, defende a aprendizagem infantil coletiva e independente de diferenças. Analogamente, o Brasil, como nação socialmente diversificada, também tem modificado o antigo e excludente sistema educacional. Contudo, apesar dos seus reconhecidos avanços ,no que diz respeito a inclusão, ainda possui falhas, cabendo aqui uma discussão.         Em primeiro plano, é necessário destacar os avanços brasileiros frente à questão. Até o inicio do século XXI, a educação brasileira segregou os estudantes com necessidades especiais dos considerados normais, através de escolas especializadas e regulares, idealizando suas limitações como problemas e não como diversidade. Atualmente, o sistema educacional brasileiro tem objetivado a criação de melhorias para adaptar a educação dos indivíduos às suas diversidades. Para isso, tem iniciado projetos, como o Programa Escola Acessível, que atende mais de 48 mil escolas, utilizando recursos tecnológicos para, por conseguinte, democratizar o entendimento simultâneo aos alunos ,independentemente da sua condição.           Em segundo lugar, é válido discutir os empecilhos sistemáticos e estruturais do projeto brasileiro de inclusão. A premissa de conhecimento do educador Paulo Freire diz: ''ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção''. Indubitavelmente, a falta de recursos destinados às práticas inclusivas é o principal vetor do retardamento da criação de tais possibilidades. Logo, a falta de um projeto pedagógico específico, somada a uma baixa oferta de professores do ensino especial e a deficiência na estrutura física das escolas, como a falta de acessibilidade, se apresentam como obstáculos da educação inclusiva. Porquanto, segundo o Censo Escolar de 2010, no Brasil, cerca de 1,5 milhão de estudantes com necessidades especiais não são atendidos, fazendo-se necessária um intervenção.         Portanto, surge a necessidade de um aprimoramento das ações inclusivas nas escolas brasileiras. Para isso, o Ministério da Educação, em parceria com instituições públicas e privadas, deve ampliar o direcionamento de recursos para a formação de professores preparados para lidar com os alunos e as suas diversificações e para a promoção de melhorias nas estruturas escolares, através da introdução de cursos de extensão preparatórios nas universidades, tecnologias assistivas e rampas. A fim de ter uma gestão pedagógica preparada para o planejamento e execução das aulas e uma estrutura acessível a qualquer um, visando uma educação mais igualitária e com menos falhas.