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Enviada em: 29/05/2018

De acordo com o IBGE, menos de 1% dos crimes no Brasil são cometidos por jovens. Embora a taxa percentual seja considerada relativamente baixa, há cogitações acerca da redução da maioridade penal, discussão essa que é precursora de uma grande diversidade de opinião. Nesse contexto, deve-se analisar como o atual sistema carcerário brasileiro e a lenta mudança de mentalidade social influenciam na problemática em questão.       É indubitável que o atual sistema carcerário brasileiro é um dos principais problemas para a reinserção social do indivíduo. Isso acontece porque, mesmo com grandes investimentos, os problemas infraestruturais são notáveis, acarretando más condições sanitárias, o que torna a vida do indivíduo encarcerado ainda mais difícil. Em decorrência dessa fragilidade no caráter disciplinatório que deveria ser o sistema penitenciário, a garantia de que esse será o meio mais viável para a ressocialização - o que é de suma importância, pois trata-se de jovens - ainda é uma incerteza.        Outrossim, é a questão da mentalidade social, visto que mais de 80% da população é a favor da redução da maioridade penal – segundo o site do Senado - nesse caso, é viável uma análise. De acordo com Durkheim, o fato social é a maneira coletiva de agir e de pensar. Ao seguir essa linha de raciocínio, observa-se que a construção desse pensamento sobre as questões criminais cometidas por jovens se encaixam na teoria do sociólogo, uma vez que cometido o crime, a sociedade tende a julgá-lo de forma equivocada, apontando meios de punição muitas das vezes ineficientes, acreditando que irá solucionar de imediato os problemas existentes.        Em referência à ótica supracitada, parafraseando Comte, é necessário “ver para prever e prever para prover”. Nesse contexto, é possível ver a reincidência infracional de uma outra maneira e prever sua continuação caso não haja medidas para solucionar o impasse. Então, é importante prover acompanhamento psicológico junto aos menores após a transgressão com subsídio governamental, bem como criação de projetos que estimulem a prática de atividades físicas e qualificação profissional. Por fim, é essencial que haja participação familiar neste processo, promovendo apoio emocional e, além disso, é de suma importância dar-lhe meios para sua reestruturação como pessoa, podendo assim, ser reintegrado novamente à sociedade.