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Enviada em: 11/02/2018

No ranking da população carcerária mundial, o Brasil está na 3ª posição, com mais de 700.000 presos, sendo que 40% ainda não foram condenados judicialmente e 64% são pretos e jovens de 18 a 29 anos, segundo o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias, divulgado em dezembro de 2017. A quantidade de seres humanos enjaulados, em sua maioria periféricos e negros, não assusta a ninguém, pelo contrário, muitos acreditam que quanto mais cedo a prisão for possível, menos crimes irão acontecer. Será?       Sabe-se que em todo o território nacional os presídios estão sucateados, as celas superlotadas, ladrões de galinhas confinados no mesmo espaço que estuprador, traficante e assassino. Presídios são bombas relógio prestes a explodir. Mesmo que tenham cometido crimes, são seres humanos sob a tutela do Estado, porém, abandonados à própria sorte.              Enquanto avançam as discussões sobre a redução da maioridade penal, com o apoio de 93% dos brasileiros, os cronômetros dessa bomba continuam ligados, rebeliões explodem pelo país, mortes e decapitações estão acontecendo, um verdadeiro caos e, ainda assim, acreditam que colocar adolescentes nesses ambientes seja positivo ou que irá reduzir a criminalidade.       O lugar de criança é na escola, adquirindo conhecimento e aprendendo que a construção de um futuro melhor começa dentro da sala de aula. Entretanto, colocar jovens em lugares caóticos é enterrar qualquer promessa de um futuro digno.       Portanto, para que medidas absurdas como a que está em discussão seja o último caminho, o Estado deve fazer sua parte para evitar que os primeiros passos sejam na criminalidade. Implantando escolas em período integral, com foco na cultura e no esporte, com alimentação de qualidade e profissionais que despertem o melhor dos nossos jovens. É um trabalho árduo, porém necessário, de prevenção e não de condenação.