Enviada em: 19/10/2018

Verás que um filho teu não foge à luta       O autor Darcy Ribeiro, um intérprete do Brasil, desenvolveu a Teoria da Ninguendade, na qual a mistura de etnias— africana, indígena e europeia— formaram um povo sem uma cultura própria. Indubitavelmente, a relação do brasileiro com a sua nacionalidade gera um complexo de vira-latas. Por esse motivo, urge a necessidade de cortar a pseudo-imagem de povo inferior.      Em primeira análise, pontua-se que a nação verde-amarela historicamente se posiciona como submissa. Durante o período colonial, a mistura de povos, formando mulatos, caboclos e mamelucos, era vista como retrocesso. Segundo a teoria sociológica de Herbert Spencer, a miscigenação é sinônimo de atraso social. Hodiernamente, o Brasil ainda se posiciona como um terceiro mundo, atrasado social e economicamente. Inquestionavelmente, esse cenário de auto-descrédito perpetua o despatriotismo.       Ademais, o âmbito cultural também reflete no nacionalismo. No livro Macunaíma, de Mario Andrade, o herói brasileiro é tido como um preguiçoso e sem caráter. O personagem Zé Carioca, criado pela Walt Disney, é representado pelo mesmo viés. Por isso, a depreciação cultural gera um esteriótipo e, como resultado, ele se reproduz de geração em geração. Dessa forma, perpetua-se a ideia de etnia inferior e indigna de reconhecimento internacional.       São imprescindíveis, portanto, medidas para atenuar o impasse. O Ministério da Educação deve adicionar a grade curricular a disciplina história cultural do Brasil e momentos cívicos, realizados em pátios e com apresentações teatrais para capitar a atenção dos alunos e ensiná-los a importância do ufanismo. Dessa forma, haverá a emancipação do complexo vira-latas. Outrossim, o Ministério da Cultura deve estimular produções artísticas corporativistas, expondo-as ao ar livre para todos e, assim, a arte fará o seu principal papel:unificar uma cultura. Por conseguinte, a nação verá que, de fato,  um filho não foge à luta, parafraseando o Hino Nacional.