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Enviada em: 16/04/2017

O Brasil, o qual nasceu como país autônomo em 1822, possui a construção de sua nacionalidade muito antes dessa data. Essa foi marcada pela submissão à Europa, no Período Colonial, e desprezo pelas origens étnicas da população. Nesse contexto denota-se na contemporaneidade uma inferiorização voluntária dos brasileiros ao mundo, o chamado complexo de vira-lata. Tal patologia social denigre a real essência do país, acarretando defasagem em múltiplas esferas da sociedade.    A ação de nivelar para baixo o que é brasileiro advém da construção histórica e política do país. O passado escravista aliado a imposição da superioridade branca suscita o rebaixamento do indivíduo por ter elo com uma raiz não europeia, comportamento o qual além de suprimir parte da identidade nacional corrobora para o alastramento do preconceito racial. Outra face do complexo de vira-lata deriva-se da democracia recente, na qual evidencia-se escândalos de corrupção e má gestão governamental contribuindo para estereotipação das ações brasileiras como desonestas e imorais, bem como fortalecer a sensação de impotência sobre os feitos públicos.    Para Max Weber a sociedade é compreendida a partir das ações individuais. Portanto, a prática cotidiana de inferiorizar o Brasil e o brasileiro reflete na análise do país caracterizando-o como uma nação fadada ao fracasso, mesmo que tal afirmação não seja aplicável. Diante do cenário internacional essa classificação dispões ao Estado Brasileiro influência ínfima em decisões cruciais, a exemplo de acordos ambientais e econômicos, tornando-o submisso e moldável aos demais países. No contexto interno há favorecimento da aculturação, por desprover valor a cultura natural, além de diminuir e lançar descrédito na iniciativa de algum projeto nacional, como fora observado com a anunciação do lançamento de uma missão brasileira à lua, notícia que repercutiu em comentários com teor negativo.    Frente ao discutido nota-se a urgência a construção de estima pela cultura, origens e inovações brasileiras. Visando efetivar tal idealização cabe ao Estado promover programas que vangloriem o percurso histórico da nação evidenciando suas conquistas para destituir a ideia que o país possui apenas um passado trágico e vergonhoso. A sociedade em geral, por meio da mídia e, escola e iniciativa privada, deve fomentar orgulho nacional e a valorização dos povos que compõe a população vigente. Ademais é viável por foco nas atitudes brasileiras nobres tomando-as como molde para correção de eventuais distúrbios detectados.