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Enviada em: 04/10/2017

Segundo o escritor Max Jacob, “a vida é um livro completo”. Sendo assim, observa-se que o brasileiro se enquadra, constantemente, no papel de vítima, uma vez que muitos só fazem críticas acerca das mazelas nacionais, fato denominado como complexo vira-lata. Contudo, isso tem gerado um atraso no desenvolvimento nacional, pois o próprio brasileiro não acredita no potencial da nação, e logo não há investimentos. Assim, deve-se analisar um fator histórico que se perpetua até a atualidade causando o problema, verificando que pode ser sanado com mais estímulos ufanistas.        Desde que os portugueses chegaram ao Brasil com seu etnocentrismo, o brasileiro aprendeu a ser eurocentrista. Isto é, houve uma valorização das culturas européias e até um projeto de embranquecimento da população canarinha para se assemelhar aos povos desenvolvidos economicamente, na esperança de que incorporassem também os hábitos e o mesmo progresso. Hoje isso se perpetua e se intensifica com a globalização, que impõe, sobretudo, apenas o modelo de vida norte americana. O cidadão da antiga América portuguesa que não se vê encaixando com esse estereótipo do “American Way of Life”, encontra na crítica uma forma de protesto.        Dessa maneira, uma forma de se remediar o problema é se embasando no passado cultural e na frase de Francis Bacon. O indianismo surgiu na literatura brasileira como uma forma de se enaltecer um símbolo essencialmente nacional, o índio, e com isso criar uma aproximação da população com o que é produzido nacionalmente em detrimento dos empréstimos culturais. O modernismo teve o mesmo objetivo, entretanto, hoje essas vanguardas parecem distantes dos jovens e da mídia. Se para o filósofo Bacon, o comportamento humano é contagioso, urge a necessidade de mais estímulos na literatura e nas artes, cultuando um Brasil para brasileiros.     Nessa perspectiva, entende-se que há três setores capazes de alcançar as mudanças almejadas: Artistas, ONGs e Iphan(Instituto do patrimônio histórico e artístico nacional). Artistas como o renomado fotógrafo Vick Muniz, podem se juntar, criando obras inspiradas em tradições regionais e hábitos brasileiros, convidando alunos das escolas para uma visita a exposição e debate sobre o tema. ONGs junto ao Iphan podem ajudar a preservar tradições, bens imateriais, em cada região. Convocando a população a perpetuar e criar laços afetivos com a própria identidade cultural. O contágio citado por Bacon se dará em progressão geométrica, culminando com a valorização do país.