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No século XIX, escritores da fase condoreira do Romantismo davam destaque ao papel do branco, do índio e do africano na sociedade, mostrando a diversidade que há no Brasil e a sua importância para a formação cultural do país, a qual buscavam valorizar. Hoje, no entanto, é possível perceber a não valorização dos constituintes culturais nacionais em favor da cultura estrangeira e, também, por falta de aproximação da população com relação aos elementos nativos, o que gera uma série de consequências negativas. Com isso, uma discussão em torno desse tema faz-se necessária. Primeiramente, deve-se ressaltar o fato de o população brasileira inferiorizar a sua cultura perante as de outros países. A expressão “complexo de vira-lata”, criada pelo escritor brasileiro Nelson Rodrigues, tem o objetivo de denominar a inferioridade em que o brasileiro se coloca, podendo ser aplicada, principalmente, em relação ao aspecto cultural. Por consequência, tende a rejeitar as manifestações que têm origem no país, como festas típicas de determinadas regiões, músicas, filmes e peças de teatro. Isso causa a desvalorização da produção artístico-cultural brasileira e não permite que esse meio se desenvolva, fazendo com que as pessoas tenham cada vez menos acesso a ela. Ademais, é possível destacar a falta de contato da população com as produções culturais do país como importante causadora da rejeição. Locais como cinemas e teatros, além de estarem concentrados nos centros das cidades, possuem um elevado valor de entrada, dificultando o acesso para boa parte da população. Também, pode-se perceber um maior valor dado pela mídia às produções internacionais, que as noticiam e propagandeiam com uma ênfase muito maior do que a dada aos produtos brasileiros, fazendo com que a maior parte do público se volte a elas. Dessa forma, medidas devem ser adotadas para resolver o impasse. Cabe ao Governo, aliado ao Ministério da Cultura, criar leis e subsídios que diminuam o valor dos ingressos de locais de acesso cultural, além de apoiarem ONGs a levarem essas manifestações para locais mais periféricos, com a montagem de telões nas ruas para exibições de filmes nacionais e apresentações teatrais feitas em praças, a fim de facilitar e aumentar o acesso da sociedade. Além disso, a mídia deve dar mais espaço às produções nacionais, propagandeando e exibindo-as com maior freqüência, visando sua valorização. Desse modo, será possível acabar com o “vira-latismo” cultural e renascer o sentimento condoreiro com relação à cultura do país.