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A cultura brasileira enfrenta uma lastimável negligência pelo governo e por sua população. Isso é afirmado, pois os baixos investimentos feitos pelo governo e a pequena adesão nas atividades culturais populares pela população brasileira representam a realidade displicente de um país com a sua identidade cultural. Portanto, medidas cujo objetivo seja alterar esse cenário devem ser apresentadas. Em primeiro plano, apesar de haver uma legislação e órgãos nacionais e internacionais, por exemplo, a Lei Rouanet (Lei 8.313/91), o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), que incentivam a produção, a manutenção e a restauração de patrimônios históricos, o setor cultural ainda recebe baixos investimentos do governo, uma vez que se mostram insuficientes para conservar a identidade cultural brasileira e incentivar a participação da população nas atividades culturais. Além disso, o país enfrenta uma grave crise econômica agravando ainda mais essa situação através do congelamento parcial de verbas federais, estaduais e municipais. Diante disso, a classe artística tem enfrentado a diminuição das equipes, o desemprego, o cancelamento de patrocinadores e o fechamento de centros culturais. Dessa forma, a limitação do financiamento governamental aos setores culturais promovem a retração das manifestações culturais populares e da disseminação dos valores tradicionais. Ademais, a pequena adesão às atividades culturais populares pela população brasileira representa o seu caráter alienado, uma vez que há preferência pela cultura de massa como efeito da globalização desde o período capitalista pós-industrial marcado pela forte presença dos meios de comunicação de massa e as novas tecnológicas. De acordo com a Folha de São Paulo, 58% dos entrevistados admitem ter feito alguma atividade cultural, entretanto, 80% destes consomem apenas música e cinema. Segundo essa pesquisa, menos de 10% dos brasileiros vão a exposições de artes e de teatros, além do consumo de artesanatos e de literaturas nacionais. Com isso, surge uma nova geração detentora de um pensamento crítico deficitário. Desse modo, evidencia-se a falta de contato da população com as produções culturais populares do país como fator primordial facilitatório de manipulação em massa. Portanto, é indispensável que haja o incentivo a produção das atividades cultuais brasileiras pelo governo através de uma legislação que direcione um percentual do orçamento federal, estadual e municipal aos setores culturais públicos e privados anualmente. Além disso, é importante que haja a promoção das atividades culturais e dos centros históricos por essas empresas públicas e provadas através de propagandas e de programas nos meios midiáticos que incentivem a participação de todas as faixas etárias da população como público alvo.