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O incêndio do Museu Nacional do Rio de Janeiro, no ano de 2018, expôs como o nosso zelo pelo patrimônio histórico-cultural brasileiro está, assim como o museu, em ruínas. Tão importante para a construção da identidade nacional, a cultura brasileira hoje pena com o desinteresse populacional e seu acesso ainda restrito. Em primeiro lugar, podemos notar um desprezo geral da população pela cultura produzida no Brasil, valorizando a cultura estrangeira em detrimento da nacional. Prova disso é a quantidade de filmes e músicas estrangeiras que consumimos. O dramaturgo Nelson Rodrigues chamou essa inferioridade em que o brasileiro se coloca perante o resto do mundo de "complexo de vira-lata". Ademais, uma parcela importante da cultura brasílica, como o funk e o carnaval, é malvista por parte do povo, que a considera vulgar ou apelativa. Outrossim, a falta de acesso à cultura também é um empecilho para a sua valorização. Segundo uma pesquisa divulgada pelo Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística), 42% dos brasileiros não consomem cultura. A falta de vivência cultural é a responsável pelo desprezo de parte da sociedade por leis cruciais para o incentivo cultural, como a Lei Rouanet. Além disso, incentivos governamentais ao entretenimento, como o vale-cultura, que cedia 50 reais aos trabalhadores para serem gastos em produtos culturais, não tiveram grande propagação. Sendo assim, é notória a importância de revertermos esse quadro. Parafraseando Immanuel Kant, o homem é aquilo que a educação faz dele. Portando, cabe ao Ministério da Educação incluir na Base Nacional Comum Curricular o contato com a cultura nacional dentro de cada área do conhecimento, por um número mínimo de horas. Só assim poderemos incutir na sociedade a apreciação pela sua própria cultura.