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Enviada em: 11/10/2018

Assistência social: atenua, mas não resolve       O Brasil é mundialmente famoso pelas suas belezas naturais. Há, contudo, outro aspecto que também o torna conhecido, mas sem o mesmo caráter positivo: a desigualdade social. Nesse sentido, cumpre destacar a relevância dos programas de assistência social, pois permitem combater a disparidade extrema tão característica da sociedade brasileira. Pontua-se, por outro lado, o alcance limitado desse instrumento, o que evidencia a necessidade de mudanças estruturais.        Cumpre, de início, destacar o papel fundamental do Estado na promoção de políticas assistenciais como forma de mitigar as disparidades sociais. O programa Bolsa Família, por exemplo, tirou, entre os anos de 2003 e 2015, 36 milhões de pessoas da pobreza extrema, de acordo com dados do Poder Executivo Federal. Para se ter uma ideia do que isso significa, basta ressaltar que tal contingente é superior à soma das populações de países como Bolívia, Chile e Uruguai.       Em contrapartida, percebe-se a limitação dos programas sociais na produção de avanços mais robustos, que efetivamente proporcionam a ascensão social do indivíduo. A despeito de promover melhorias aos estratos sociais mais baixos, após 15 anos do principal programa assistencialista brasileiro, o Brasil ainda é um país de renda média onde, segundo o IBGE, o salário médio do trabalhador é de aproximadamente R$ 2.000,00 – valor insuficiente para ele suprir as necessidades básicas de sua família, que seria em torno de R$ 3.500,00, de acordo com o DIEESE.       O Estado deve, então, manter seus programas sociais, como o Bolsa Família, pois ainda são essenciais para combater o fosso social nacional. Ademais, com vistas a mudar o paradigma social, as Instâncias do Poder Executivo devem priorizar investimentos em escolas técnicas, que proporcionam formação compatível a melhores empregos e, com isso, maiores salários, além de serem instituições que demandam menos recursos quando comparadas às universidades.