Materiais:
Enviada em: 17/06/2019

Tony Stark, super-herói da Marvel, é o do Homem de Ferro. Ao invés de super-poderes, sua única arma é a tecnologia. É por meio dela que ele construiu sua armadura, foi capaz de atirar, de voar e, dessa forma, combater os vilões e a criminalidade. Fora do mundo dos quadrinhos, a realidade é diferente, entretanto, o que ambos possuem em comum é a violência. Nesse cenário, os índices de criminalidade só vêm aumentando nos últimos anos e a tecnologia seria aliada fundamental no combate a essa chaga social, se não contasse com entraves como falta de incentivo e de investimentos para consolidá-la como caminho principal rumo à segurança e à paz nas cidades brasileiras.       A princípio, é preciso ressaltar que apenas a atuação policial não é suficiente para vencer o crime. Como exemplo, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), entre 2015 e 2017, apenas no Acre, o índice de homicídios cresceu 137,79%. Tal dado demonstra a falta de estratégia e inteligência no combate à ilegalidade. Nesse sentido, o uso da tecnologia através de câmeras, sistemas de reconhecimento facial, biométricos, entre outros, seria fundamental para somar à polícia, deixando-a mais capacitada e eficiente. No entanto, o governo pouco incentiva o uso de instrumentos tecnológicos e não qualifica seus profissionais; prova disso são as poucas câmeras instaladas em vias públicas e o despreparo de funcionários para lidar com sistemas de informação em delegacias e fóruns.       Outro desafio a ser superado é a falta de investimento estatal. Partindo de uma perspectiva conceitual, o sociólogo Max Weber caracterizou o Estado como único detentor do uso legal da violência. Desse modo, é dever dessa instituição executar essa função da melhor forma possível, fato que não ocorre. A exemplo, convém citar o problema das fronteiras brasileiras, as quais são muito extensas, e, por isso, pouco fiscalizadas, tornando-se porta de entrada de drogas e armas. Nessa conjuntura, caso houvesse investimento suficiente, a utilização de drones e sistemas de vídeo-vigilância seria ótima saída para melhorar essa fiscalização e coibir o tráfico.       Fica evidente, portanto, que a tecnologia é primordial nessa problemática. Dito isso, o Ministério Público deve incentivar seu uso, mediante cursos para policiais ministrados por profissionais de tecnologia da informação, para que aprendam a operar sistemas de dados, identificações biométricas e gravações de câmeras de vias públicas, rumo à eficiência na resolução de crimes. Ademais, cabe à Receita Federal aumentar repasses aos municípios, a fim de que instalem mais câmeras nas ruas e também destinar verbas específicas à Polícia Federal, para adquirir equipamentos e, com isso, tornar a fiscalização nas fronteiras mais eficaz, rumo à inibição do tráfico. Assim, a sociedade não precisará de heróis para combater a criminalidade, pois terá a tecnologia como sua maior aliada.