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Enviada em: 26/07/2019

A teoria pan-óptica, elaborada por Jeremy Betham no século XVIII, sugere um modelo de controle ideal, onde, com o uso da arquitetura, se construiria uma penitenciária na qual os prisoneiros seriam vigiados, porém, não saberiam por quem e em que momento. Em convergência com a teoria, no século XXI, o uso da tecnologia de vigilância e controle, com efeito de combater a criminalidade, se mostrou um método plausível. Porém, o acesso à tal tecnologia, por não ser universalmente garantido e depender da condição capital, é limitado.      Primordialmente, a tecnologia, com seus avanços, mudou o cenário da vigilância e combate à criminalidade. Isto é, com a troca de troca de homens por máquinas, sejam estas câmeras ou alarmes, o combate à criminalidade foi optimizado, pois, a possibilidade de monitoração em tempo real, armazenamento de imagens e áudio, são qualidade do sistema tecnológico que muitas vezes pressionam e causam receio em criminosos. Além disso, a troca do homem pela máquina, garantiu a segurança dos agentes que, antes, ficavam expostos diretamente à criminalidade e, agora, monitoram de longe. Michel Foucault, filósofo do século XX, previu, com base na teoria pan-óptica, que a tecnologia a ser desenvolvida traria mudanças como estas no sistema de monitoramento.      Contudo, a tecnologia de monitoração não é acessível a todos. Por se tratar de um avanço tecnológico relativamente recente, os recursos automatizado que auxiliam no combate à criminalidade, têm altos custos e , assim como as demais ferramentas tecnológicas, necessitam ser renovados periodicamente. Por isso, o monitoramento de espaços públicos e privados, pertencentes à pessoas de baixa renda, é precário em países não desenvolvidos tecnologicamente, como o Brasil, onde, por exemplo, durante as investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco não foram encontradas evidências em câmeras públicas, enquanto, em países com tecnologia avançada é eficiente, assim como provou a emissora BBC, em documentário que core o sistema de vigilância da China.      Portanto, é imprescindível garantir alternativa a fim de solucionar o acesso limitado à tecnologia de vigilância, que combate a criminalidade. Visando aumentar a produção, consequentemente, tornando ferramentas tecnológicas, que contribuem para a segurança social, mais acessíveis, a OMC ( Organização Mundial do Comércio) deve direcionar os impostos, arrecadados a partir do mercado tecnológico de países desenvolvidos, em forma de empréstimos, para indústrias e montadoras de ferramentas vigilantes em países não desenvolvidos. Feito isso, a tecnologia que combate a criminalidade se tornará acessível e a previsão de Foucault concretizada, de forma universal.