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Enviada em: 29/07/2019

É inegável a histórica luta das mulheres no que tange a aquisição de direitos, no esporte não é diferente. Embora, recentemente, o esporte feminino brasileiro esteja em alta, a valorização da prática esportiva pelas mulheres ainda encontra desafios. Isso deve-se, sobretudo, à manutenção de uma sociedade machista e conservadora, bem como ao baixo investimento na modalidade. Logo, são imprescindíveis mais ações da confederação esportiva nacional, visando superar tais desafios.       Durante a década de 40, houve uma lei no país que proibia as mulheres de praticar qualquer desporto incompatível com suas condições de natureza. Todavia, embora esse decreto tenha sido revogado ao fim da década de 70, os valores machista e conservador que ele representa se perpetuam na sociedade contemporânea. No futebol feminino, por exemplo, são inúmeros os casos de preconceito para com o porte físico das jogadoras, assim como a reprovação da própria família no que concerne a prática esportiva. A jogadora Formiga, atleta que mais vezes disputou copas do mundo na história do futebol, é um exemplo dessa desaprovação.      Concomitante a isso, a falta de investimento em infraestrutura e remuneração acentua as disparidades entre as modalidades masculina e feminina. A desigualdade salarial foi mundialmente reclamada na copa do mundo da França no presente ano. A brasileira Marta, jogadora mais vezes premiada como a melhor do mundo no futebol feminino, foi porta-voz dessa denúncia ao recusar-se a usar chuteiras com patrocínio, tendo em vista que esse era muito menor se comparado ao recebido pelos jogadores homens.        Logo, fica clara a necessidade de combater tais disparidades. Posto isso, cabe à Confederação Brasileira de Desportos (CBD) exigir dos clubes e ligas nacionais mais investimentos nos desportos femininos; para isso, impor multas aos clubes que desprezam a modalidade, bem como excluí-los de competições caso não possuam uma equipe feminina é uma possibilidade. Além disso, cabe À sociedade aceitar e apoiar a inclusão das mulheres em todo e qualquer esporte. Feito isso, um largo passo seria dado rumo a um futuro com menos preconceito e desigualdade entre as modalidades feminina e masculina em todos os esportes.