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Enviada em: 01/08/2019

Marta Vieira da Silva, futebolista brasileira, eleita como melhor do mundo por 6 vezes, artilheira de todas as Copas do Mundo e pessoa que mais fez gols com a camisa da seleção brasileira. Sob essa perspectiva, é evidente a desvalorização que uma atleta desse patamar sofre, em diversos âmbitos, pelo simples fato de ser mulher. Nesse contexto, o debate acerca da valorização do esporte feminino no Brasil tem se tornado cada vez mais pertinente, e isso se evidencia não só pelo descaso dos meios de comunicação, como também pelo fato de a sociedade brasileira ser fundamentalmente patriarcal.      É importante atentar-se, em primeira análise, à negligência da mídia em relação ao esporte feminino. Somente no ano de 2019, por exemplo, a Rede Globo, maior emissora de televisão no Brasil, transmitiu pela primeira vez uma Copa do Mundo feminina de futebol, além disso, muitos dos principais campeonatos dos esportes femininos não são transmitidos à população. Nessa conjuntura, esse menosprezo dos meios de comunicação afeta diretamente o apoio recebido por essas atletas, tendo em vista que, devido à baixa visibilidade que eles recebem, a oferta de patrocínios também é reduzida. Por conseguinte, é indubitável a importância da assistência da mídia para a carreira dessas esportistas.      Sincronicamente, em segunda análise, é inquestionável a dificuldade que o Patriarcado impõe no avanço da valorização do esporte feminino. No filme de animação "Mulan", conta-se a história de uma mulher que deseja se tornar uma guerreira, porém é ridicularizada e impedida pelos homens do exército por ser do sexo feminino, e, como solução, camufla-se com trajes masculinos, engana os guerreiros, consegue ingressar no exército e tem papel de protagonista na vitória do seu povo. Em paralelo com a realidade, é fato que muitas mulheres sofrem uma opressão patriarcal que busca tanto desvincular a imagem feminil das práticas esportivas, como também ofuscar os grandes talentos femininos brasileiros. Nesse sentido, é notória a relevância de ser mudar a mentalidade machista de uma parcela da população.      Em suma, é mister que providências sejam tomadas para amenizar o quadro atual. Com o objetivo de promover mais visibilidade à mulher no esporte, urge que os meios de comunicação estabeleçam, por meio de parcerias com o Ministério da Cidadania, transmissões de jogos dos principais campeonatos das modalidades femininas, como o campeonato brasileiro feminino de futebol, a fim de popularizar as atletas brasileiras tanto para a sociedade, quanto para as grandes empresas, e, dessa forma, ampliar as possibilidades de patrocínios e auxílios. Somente assim, será possível garantir não só o enaltecimento das esportistas brasileiras, como a futebolista Marta Vieira, mas também o surgimento de novos talentos, e, desse modo, consolidar o esporte feminino no Brasil.