Materiais:
Enviada em: 06/08/2019

A trajetória das práticas esportivas no Brasil é marcada pela presença majoritária do público masculino, porém, a transmissão da Copa do Mundo Feminina de Futebol em 2019 rompeu com esse paradigma. Apesar do avanço, a representatividade da mulher no esporte é baixa devido às raízes históricas do patriarcalismo e o preconceito incorporado pela sociedade.       Em primeira análise, no período colonial bem como na ditadura militar, a mulher sofreu com estereótipos de gênero que a tipificavam como responsável pelas tarefas doméstica unicamente. Nesse sentido, em 1965 o Conselho Nacional de Desporto deliberou a proibição da prática de exercícios pelo público feminino. Por consequência, os governos posteriores resgataram essa historicidade convertendo-a na ausência de incentivos financeiros para fomentar o esporte e divulgá-lo, isso impediu a sua aceitação pelo público mais averso.       De maneira análoga, o psicólogo Jean Piaget afirmava que a educação deveria criar homens e mulheres capazes de não repetir o que seus progenitores fizeram. Seguindo essa linha de pensamento, cabe destacar que os jovens crescem com a ideia fixa de que esporte é uma prática masculina e esse preconceito é perpetuado a cada geração. Logo, a própria família não incentiva o esportismo quando é relacionado às filhas, fato que retarda a representatividade no país.       Em suma, as atividades físicas realizadas pelas meninas são pouco valorizadas em função de prejulgamentos e questões históricas. Portanto, cabe à escola criar -em outros turnos- equipes femininas de vários desportos, além de incentivar a aceitabilidade por meio de filmes, teatros e trabalhos em grupo. Ademais, o Ministério da Educação, Esportes e Cultura deve disponibilizar verbas para a manutenção de equipes compostas por mulheres, e para viabilizar propagandas em rede aberta, a fim de democratizar o esportismo a todos os gêneros.