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Enviada em: 25/08/2019

É de conhecimento geral que as mulheres são muito invisíveis no mundo inteiro. Embora tenham cada vez mais visibilidade hoje em dia, esse cenário é refletido na sociedade brasileira e principalmente nos esportes, os quais são extremamente machistas. Isso faz parte de uma sociedade desigual, que privilegia os homens fazendo execícios, deixando todas as mulheres à margem da sociedade, distante de oportunidades iguais.        Constituído como um campo privilegiado de competição, demonstração de força e de resistência, o esporte desde seus primórdios foi considerado uma atividade essencialmente masculina que as mulheres, infelizmente, não tinham aceso perante a sociedade que as reprimiam a toda hora. Em consequência disso, vê-se atualmente a diferenciação entre os diferentes gêneros: a prática de exercícios físicos por mulheres no país é 40% inferior aos homens, segundo o relatório “Movimento é Vida”, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) – um indicativo de que o cenário esportivo ainda apresenta muita desigualdade.          Ainda convém lembrar que a mídia também atrapalha o processo de crescimento da visibilidade das mulheres no esporte. Alguns estudos internacionais têm mostrado como a cobertura da Folha de São Paulo esportiva da mídia privilegia os homens atletas em detrimento das mulheres entre os dias 9 de agosto e 9 de setembro de 2002 e entre 3 de fevereiro e 3 de abril de 2003. Assim, os resultados quantitativos apontaram para diferenças de até cerca de 700% entre a cobertura de homens e mulheres. Além disso, tamanho das reportagens também apresentou uma grande diferença: a análise de forma demonstrou que os homens são mais vezes citados por suas habilidades atléticas do que as mulheres, que recebem mais citações em relação a sua aparência física. Estes resultados demonstram que no Brasil, como em outros países, as mulheres esportistas continuam a serem pouco representadas pela mídia, apesar do crescente número de mulheres que participam e são bem-sucedidas no esporte.           Em virtude dos fatos mencionados, é preciso a divulgação por parte de TV, rádio, internet dos jogos de quaisquer modalidades de esportes praticados por mulheres. Também é necessário a estimulação feita por instituições de esporte, pelo governo, pelos pais (essas ações obviamente divulgadas pela mídia) para que, desde crianças, as mulheres também gostem de praticar esporte ou, pelo menos, tenham uma afinidade com eles. Mesmo que leve algum tempo para que a sociedade absorva e olhe para essas mulheres de modo diferente e legitime suas participações no espaço do esporte, isso certamente iria diminuir o preconceito que sofrem diariamente só pelo seu gênero.