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Enviada em: 25/08/2019

Driblando o preconceito  Em 1941, o então presidente Getúlio Vargas lançou um decreto-lei que proibia as mulheres de jogarem futebol; este decreto perdurou até 1979. 40 anos depois, em 2019, a Copa do Mundo Feminina bateu recorde de audiência, comparada com as anteriores: mais de 30 milhões de espectadores estavam com suas televisões ligadas no jogo da Seleção Brasileira Feminina contra a França.  A jogadora Marta foi eleita seis vezes a melhor jogadora do mundo pela FIFA (Federação Internacional de Futebol), com 103 gols marcados com a camisa da Seleção Brasileira, além de ter se tornado a maior artilheira da história das Copas, passando a marca de 17 gols. Seu salário anual é cerca de US$400 mil, enquanto o jogador Neymar, que marcou 50 gols pelo Brasil, ganha US$14,5 milhões. Apenas com estes números, é evidente como há uma discrepância enorme de investimento e valorização entre o futebol feminino e masculino no Brasil.  Com isso, é notável que há uma questão institucional e social por trás da desvalorização do futebol feminino em nosso país. As próprias jogadoras da Seleção, como a camisa 11 Cristiane, contam como eram proibidas de jogar pelas suas famílias; ou então, isso acontecia de forma mais implícita, como quando ganhavam bonecas, ao invés de bolas de futebol que tanto queriam.   Portanto, é necessário reforçar todos os movimentos em prol da valorização do futebol feminino, em que pressionam a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para igualdade salarial e melhores condições para os jogos e campeonatos dos times femininos. Ademais, é essencial que haja uma conscientização para com as nossas crianças, de que esse deve ser um esporte inclusivo e igualitário, em que nossas meninas se tornem as futuras melhores jogadoras do mundo. Como disse a jogadora Marta, ao fim do último jogo na Copa do Mundo Feminina de 2019, em que perderam para a França: “Não vai ter uma Marta para sempre, uma Cristiane, uma Formiga. E o futebol feminino depende de vocês para sobreviver. [...] Chore no começo para sorrir no fim”.