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Enviada em: 20/08/2018

O problema da violência contra mulher é sem sombra de dúvidas um desafio histórico e que exige uma ruptura de ideologias machistas e patriarcais ainda intrínsecas na sociedade contemporânea. Diante disso, muitas conquistas devem ser exaltadas, como por exemplo a Lei Federal 11.340 (Maria da Penha) e a 13.104 que incluiu o feminicídio no rol dos crimes hediondos. No entanto, mesmo após serem sancionadas ambas as Leis, o aumento no número de casos acendeu um alerta, deixando claro que é necessário um combate mais efetivo a essa problemática social, principalmente nas causas e não somente as consequências.      A princípio, segundo pesquisa feita pela revista Veja, só no ano de 2017 foram registrados mais de 12 mil casos de violência física ou psicológica contra mulher, sendo que mais de 70% desses foram cometidos por seus conjugues ou familiares. No entanto, estima-se que esse número seja três vezes maior, pois grande parte delas não registram boletim de ocorrência com medo de represarias e até mesmo pela descrença na Lei. Isso é reflexo de ideologias ultrapassadas que tratam a mulher como um ser inferior e submisso ao homem, convergindo para uma série de violações que trazem sérios problemas à vítima.        Certamente, um caso que deixou toda sociedade estarrecida, foi o da advogada Tatiane da cidade de Guarapuava no Paraná, que foi morta por seu esposo que à agrediu e logo após à jogou do quarto andar do prédio em que residiam. Esse fato levantou alguns questionamentos, pois à vítima havia confessado para uma amiga que já havia sofrido agressão, mas mesmo tendo conhecimento das Leis, se calou e foi brutalmente assassinada por alguém que deveria zelar por sua vida. Por tanto, fica claro a necessidade de familiares e amigos ficarem alerta, caso presenciem ou tenham conhecimento de atos como esse devem denunciar e ajudar a salvar vidas que têm sido ceifadas brutalmente.       Nessa conjuntura fica evidente a necessidade de uma mudança drástica desse quadro. Para isso, o Ministério da Educação em conjunto com as ONGs, deve desenvolver palestras e atividades extracurriculares nas escolas para estudantes e a sociedade como um todo, visando a exposição da real situação e dos altos índices de violência praticado contra a mulher no Brasil, com o objetivo de erradicar as ideologias patriarcais ultrapassadas ainda presentes no convívio social brasileiro e também conscientizar a necessidade de não se calar e denunciar tais agressões. Somado a isso, o Poder Legislativo deve elaborar mudanças na Lei 11.340, para garantir o direito da medida protetiva assim que a vítima tenha sofrido a primeira violência ou até mesmo seja ameaçada, ao contrário do que é hoje, que só é determinada após uma avaliação circunstancial de um Juiz.