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Enviada em: 19/03/2019

Desde a antiga Grécia, as mulheres não eram consideradas cidadãs, portanto, não exerciam direitos jurídicos juntamente com os homens. Isso, porque tinham somente a função de cuidar do lar, criar os filhos e obedecer a seu marido. Essa visão de uma sociedade extremamente patriarcal, infelizmente, continua até hoje e corrobora para que essa desigualdade perdure, abrindo espaço para a violência contra a mulher. Cabe discutir as falhas que permitem essa situação e suas resoluções.   No conto de Dalton Trevisan, "Morre Desgraçado", é retratada a violência doméstica e a luta da personagem para manter-se viva diante aos ataques do marido, cenário diariamente vivido por muitas mulheres no Brasil. Dessa maneira, não são raras as notícias de agressões, estupros e feminicídios, que não param de aumentar. Percebe-se então, que apesar de muitas mulheres não denunciarem por medo (do agressor), os casos permanecem crescendo, evidenciando uma falha judicial no que tange a punições contra o agressor e proteção à vítima.     Assim, o mal cumprimento da justiça promove a aceitação da agressão às mulheres, visto que, na maioria das vezes o autor sai impune e continua fazendo vítimas seguro de sua imunidade. Segundo o Departamento de Pesquisas Judiciárias do CNJ, ano passado, o número de processos de feminicídios pendentes ultrapassou 4000. Fato que não estimula mulheres denunciarem os casos, pois é normal não obterem respostas.   Portanto, é notório que enquanto não houver uma real execução da lei, a violência contra a mulher não irá cessar. Mulheres terão, que em pleno século XXI lutar contra a desigualdade de uma sociedade machista estagnada no pensamento do século IV a. C. Desse modo, faz-se necessária a ação do Estado, não para que faça mais leis, mas fiscalize as já existentes, agilizando os processos pendentes e punindo os agressores, assim como, protegendo as mulheres que vão à delegacia para que se sintam seguras ao denunciar e, por fim, desestimule os homens a cometerem tal atrocidade.