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Enviada em: 24/03/2019

Na antiga Grécia, as mulheres não eram consideradas cidadãs, portanto, não exerciam direitos jurídicos juntamente com os homens. Isso, porque tinham somente a função de cuidar do lar, criar os filhos e obedecer a seu marido. Essa visão de uma sociedade extremamente patriarcal, infelizmente, continua até hoje e corrobora para que essa desigualdade perdure (não juridicamente, mas socialmente), abrindo espaço para a violência contra a mulher. Diante disso deve-se discutir as falhas que permitem essa situação e suas resoluções.    No conto de Dalton Trevisan, "Morre Desgraçado", é retratada a violência doméstica e a luta da personagem para manter-se viva diante aos ataques do marido, cenário diariamente vivido por muitas mulheres no Brasil. Dessa maneira, não são raras as notícias de agressões, estupros e feminicídios, que não param de aumentar. Segundo o site de notícias G1, o número de denúncias de violência contra mulheres aumentou quase 30% em 2018. Percebe-se então, que apesar de não ocorrer muitas denuncias por medo (do agressor), os casos permanecem crescendo, evidenciando uma falha judicial no que tange a punições contra o agressor e proteção à vítima.    Por conseguinte, o mal cumprimento da justiça promove a aceitação da agressão às mulheres, visto que, na maioria das vezes o autor sai impune e continua fazendo vítimas, seguro de sua imunidade. Segundo o Departamento de Pesquisas Judiciárias do CNJ, ano passado, o número de processos de feminicídios pendentes ultrapassou 4000. Fato que não estimula mulheres denunciarem os casos, pois naturalizou-se a falta de auxílio por parte das autoridades.   Portanto, é notório que enquanto não houver uma real execução da lei, a violência contra a mulher não irá cessar. Ademais, mulheres têm, que em pleno século XXI lutar contra a desigualdade de uma sociedade machista estagnada no pensamento do século IV a. C. Logo, faz-se necessária a ação do Estado, não para que faça mais leis, mas fiscalize as já existentes, coloque em andamento os processos pendentes e puna adequadamente os agressores, aumentando o tamanho da pena, assim como, proteja as mulheres que vão à delegacia para que se sintam seguras ao denunciar e, por fim, desestimule os homens a cometerem tal atrocidade.