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Enviada em: 28/03/2019

Na antiga Grécia, as mulheres não eram consideradas cidadãs, e assim, não exerciam direitos jurídicos juntamente aos os homens. Isso, porque tinham somente a função de cuidar do lar, criar os filhos e obedecer a seu marido. Essa visão de uma sociedade extremamente patriarcal, infelizmente, continua até hoje e corrobora para que essa desigualdade perdure (não juridicamente, mas socialmente), abrindo espaço para a violência contra a mulher. Diante disso, deve-se discutir as falhas que permitem essa situação, a fim de se encontrar resoluções.    Nesse contexto, no conto de Dalton Trevisan, "Morre Desgraçado", é retratada a violência doméstica e a luta da personagem para manter-se viva diante aos ataques do marido, a história apesar de fictícia, é um cenário diariamente vivido por muitas mulheres no Brasil. Dessa maneira, não são raras as notícias de agressões, estupros e feminicídios, que não param de aumentar. Como prova disso, segundo o site de notícias G1, o número de denúncias de violência contra mulheres aumentou quase 30% em 2018. Percebe-se então, que apesar de não ocorrer muitas denuncias por medo (do agressor), os casos permanecem crescendo, evidenciando uma falha judicial no que tange a punições contra o agressor e à proteção à vítima.      Por conseguinte, o mal cumprimento da justiça promove a aceitação da agressão às mulheres, visto que, na maioria das vezes o autor sai impune e continua fazendo vítimas seguro de sua imunidade. Segundo o Departamento de Pesquisas Judiciárias do CNJ, no referido ano, o número de processos de feminicídios pendentes ultrapassou 4000, fato que não estimula mulheres a denunciarem os casos, pois naturalizou-se a falta de auxílio por parte das autoridades.     Portanto, é notório que, enquanto não houver uma real execução da lei, a violência contra a mulher não irá cessar. Ademais, mulheres têm que, em pleno século XXI, lutar contra a desigualdade de gênero presente em uma sociedade machista estagnada no pensamento do século IV a. C. Logo, faz-se necessária a ação do Estado, não para que se faça mais leis, mas para que se fiscalize as já existentes, atentando-se ao verdadeiro cumprimento, coloque-se em andamento os processos pendentes e se puna adequadamente os agressores, aumentando o tamanho da pena. Outrossim,  é preciso que as leis protejam as mulheres que vão à delegacia para que se sintam seguras ao denunciarem, além de lhes oferecerem auxílios psicológicos e legais. Por fim, espera-se que todas essas medidas desestimulem os homens a cometerem atrocidades contra o gênero feminino.