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Enviada em: 22/05/2018

Historicamente, no Brasil, é de conhecimento geral, que as mulheres são de diversas formas desrespeitadas, seja ganhando menos que os homens mesmo possuindo currículo igual, ou sendo tratadas como objeto sexual e simples donas de casa. E quando a mulher está grávida a situação não é diferente, elas sofrem violência verbal, psicológica e até mesmo física, seja em hospitais ou não.    Dessa forma, a sociedade brasileira, machista em sua essência, não está preparada para tratar de forma digna as grávidas e também puérperas. Nos hospitais, sobretudo no período do parto, elas são tratadas com desdém pelos profissionais da saúde. Isso inclui desde ignorá-las quando gritam de dores, sem oferecer alternativas para aliviá-la, ou até mesmo ministrar medicamentos sem informar as mulheres ou sem seu consentimento e que podem causar danos à saúde.    Sendo assim, toda essa negligência cria números alarmantes sobre a violência obstétrica. De acordo com o levantamento da revista Época, em 2018, 25% das mulheres dizem que foram desrespeitadas no período de gestação ou no parto, dessas 73% não foram submetidas a meios de minimizar a dor das contrações e 36% tiverem drogas injetadas em seus corpos sem as devidas informações, como é o caso da ocitocina, que acelera o parto, e pode causar na gestante hemorragia, arritmias cardíacas e problemas de saúde no bebê.    Outro aspecto a ser considerado é a falta de estrutura do sistema penitenciário possui para detentas gestantes e puérperas. Um caso chocante e que ganhou repercussão nacional, foi o de Jéssica Monteiro, de 24 anos, que foi presa horas antes de iniciar o trabalho de parto, e que horas depois de ter dado à luz, retornou ao presídio, em condições totalmente insalubres e anti-higiênicas, como não ter acesso a um banho após ter parido, tanto para ela quanto para o seu filho, além do mais, ela teve que dividir cela com homens.    É necessário, portanto, que o Estado Brasileiro possa gir de duas maneiras para minimizar o problema. Primeiramente, é fundamental que funcionários da saúde que forem denunciados por desrespeito à gestante tenham suas licenças suspensas, isso ajudaria a coibir o desrespeitos das gestantes nos hospitais. Em segundo lugar, o Congresso Nacional deveria sancionar uma lei para que mulheres gestantes, puérperas ou com filhos de menor possam cumprir penas alternativas, como a prisão domiciliar ou trabalho comunitário, isso tiraria essas cidadãs e seus filhos dos climas hostis das prisões. Todas essas medidas são de extrema importância para que as grávidas e mães tenham sejam mais respeitadas.