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Enviada em: 23/05/2018

Agressões verbais e físicas, por parte da família ou da equipe médica, somado à frequente prática de procedimentos médicos não necessários, são fatos que caracterizam a violência obstetrícia no Brasil, atualmente. Essa realidade está associada à banalização da necessidade de humanizar os trabalhos de parto e de assistência pré-natal no país. Isso ocorre e persiste devido à falta de denúncias, muitas vezes pela carência de conhecimento das vítimas acerca dos seus direitos, e da negligência da classe obstétrica pública mal remunerada, principalmente.   Nesse contexto, é importante enfatizar que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) apenas 15% dos partos deveriam ser por cesariana. Entretanto, no Brasil, esse número chega a 52% da totalidade de partos e reflete a principal causa de violência obstetrícia no país, pois a frequência desse procedimento é acompanhado de práticas hospitalares desnecessárias, umas vez que a tomotocia deveria ser exercida apenas em casos necessários, que aceleram o parto. Isso ocorre por meio de medicamentos que simulam, parcialmente, os hormônios que seriam liberados naturalmente pelo corpo feminino antes do parto. Esse fato tem aumentado consideravelmente a ocorrência de bebês prematuros que são mais propensos a desenvolverem doenças crônicas como diabetes e hipertensão.   Além disso, outro fator revelador da presença de violência obstetrícia no país é o descuido à assistência pré-natal pelo SUS em muitas regiões, associado, muitas vezes, a baixa remuneração dos profissionais do setor obstetrício. A desumanização desse campo, no entanto, não deve ser justificada por esse fato. Isso porque, tal virtude perdida é reflexo da imoralidade médica nas relações obstétricas que, independentemente da remuneração, deveriam ser tratadas com respeito, já que todo cidadão tem o direito de ser respeitado sendo que, nesse caso, essa atitude se faz  consideravelmente mais necessária, uma vez que os filhos gerados garantirão a permanente existência da nação.     A violência obstetrícia é uma prática desumana e desrespeitosa à dignidade de uma cidadã gestante ou em trabalho de parto. Uma vez que a permanência dessa realidade é prejudicial às mães, aos filhos e à sociedade é preciso tomar medidas que solucionem o problema. A fim de erradicar a violência às gravidas nos postos de saúde e hospitais, é preciso que o estado, através do Ministério da Saúde, invista em promover a fiscalização de ocorrências de agressões físicas e verbais nas áreas obstétricas, por meio da informatização dos direitos de toda cidadã, a partir de cartazes informativos pelos hospitais e propagandas na mídia virtual e televisiva, promovendo, assim, denúncias que irão permitir localizar profissionais desumanos e negligentes, substituindo-os por outros mais competentes e humanos, oferecendo a eles salários dignos que manifestem sua importância para a sociedade.