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Enviada em: 25/05/2018

Pesquisa da Fundação Perseu Abramo revelou que cerca de 25% das mães brasileiras são vítimas de violência obstétrica. O conceito desta violência define qualquer ato ou intervenção praticados perante a mulher grávida, parturiente ou puérpura que afete a sua integridade física - sem seu devido consentimento - ou moral. Traumas psicológicos são a maior consequência dessas barbáries.       Há casos em que os interesses dos profissionais e das instituições são colocados acima dos direitos da paciente. A episotomia sem a autorização da gestante é um exemplo. Alguns médicos optam por esse procedimento, que consiste na realização de um corte para aumentar o canal vaginal, mesmo sem sua necessidade clínica. Como o procedimento é muito invasivo, recomenda-se que seja evitado ao máximo. Porém, a comodidade em reduzir o tempo do trabalho de parto e, consequentemente, o tempo de trabalho da equipe médica se sobressai ao bem estar da parturiente.  Xingamentos e ofensas também se enquadram no rol dessas violências. Outro exemplo, também muito comum no Brasil, é a proibição de acompanhante no ambiente da realização do parto, que viola direito previsto em lei criada em 2005. Após vivenciarem tais situações, as mães podem ficar sensibilizadas psicologicamente, apresentar quadros de depressão pós parto, desistir de uma nova gestação, negar a amamentação a seus filhos - devido a depressão - entre outros sintomas. O aleitamento materno é de suma importância para o bom desenvolvimento do bebê. Não há substituto com tamanha eficiência.       A melhor defesa que os pais podem praticar para evitar tais abusos é a informação, é o conhecimento. Com o entendimento das leis e das atitudes médicas adequadas, pode-se exigir, de imediato, o cumprimento das mesmas. As vítimas de violência obstétrica devem denunciar os agressores junto à ouvidoria de serviços de saúde ou ao Poder Judiciário. Tais órgãos irão tomar as providências cabíveis em lei e punir todo e qualquer infrator. Sem a denúncia e o devido julgamento, a questão jamais será sanada.