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Enviada em: 06/06/2018

Ao invés de ser recordado como um dia de alegria e realização, para muitas mães, o dia do nascimento de seu bebê será eternamente lembrado como "o mais longo dia de sofrimento de suas vidas".  Infelizmente, os casos de mulheres que sofrem violência obstétrica no Brasil vêm aumentando signitificativamente, seja pela negligência do médico e sua equipe ou ainda pelo desconhecimento dos direitos das próprias gestantes.       É perceptível que na atualidade a medicina é vista como um negócio e muitos médicos acabam induzindo suas pacientes a optar por cesáreas em detrimento do parto normal. Para o médico aquele é muito mais lucrativo que esse, visto que além de ser de um procedimento mais rápido é também possível agendar e assim otimizar sua agenda e seus ganhos. Desse modo, ele e sua equipe médica acabam, muitas vezes, por realizar procedimentos invasivos a fim de acelerar o parto como, por exemplo, realizar a cirurgia sem que a anestesia tenha feito efeito. Quem sente as consequências é a mãe, que foi privada de explicações corretas sobre sua decisão, correndo o risco de sofrer com uma intervenção médica desnecessária, no caso a cesárea que, ao contrário do que acontece no Brasil, deve ser feita em caráter de exceção.       Concomitantemente, há ainda a questão da falta de conhecimento dos direitos da gestante sobre os procedimentos do parto. É muito difícil para uma mãe que nunca deu a luz e que não exerce nenhuma profissão relacionada a área da saúde discernir entre o que pode e o que não pode ser feito pelo médico e sua equipe. Nesse sentido, muitas mães sofrem violência obstétrica e se calam diante os abusos durante o trabalho de parto. A exemplo disso, pode-se citar casos de parto normal no qual ocorre o uso do hormônio ocitocina, utilizado para aumentar as contrações uterinas, ou ainda de episiotomia, corte na região do períneo para facilitar a saída do bebê, sem o consentimento da mãe. Ademais há ainda casos onde o pai é proibido de entrar na sala de cirurgia, ou ainda a gestante é privada de se alimentar e beber água, ao contrário do recomendado pela OMS. A principal consequência disso é o trauma pós parto que pode gerar uma depressão ou afetar o relacionamento entre mãe e filho.       A priori, faz-se necessário que os Conselhos Regionais de Medicina reforcem com os profissionais da saúde a importância de se respeitar a gestante, através de cartilhas informativas em convenções de obstetrícia, objetivando reduzir casos de violência obstétrica pelas equipes médicas. Ao Ministério da Saúde cabe realizar campanhas direcionadas para gestantes informando o que é aceitável durante o parto e criar um canal de dúvidas e denúncias, a fim de conscientizar as mães dos seus direitos.