Segundo Zigmunt Bauman a falta de solidez nas relações sociais, políticas e econômicas caracterizam a sociedade líquida do século XXI. Nesse contexto, nota-se a liquidez no que tange ao atendimento obstétrico no Brasil. Isso se associa à escassez de ações governamentais em consonância com aspectos éticos e filantrópicos. Em primeiro lugar, conforme divulgado pela FENAM (Federação Nacional de Médicos) um médico do sistema público atende em média sete pessoas em uma hora. Esse dado evidencia a superlotação nas maternidades públicas, a qual compromete a qualidade do atendimento à gestante. Tal cenário potencializa-se, sobretudo, devido à carência de unidades de atendimento, aliada à quantidade insuficiente de profissionais. Em segunda análise, é previsto na Constituição Federal de 1988 o princípio da dignidade da pessoa humana, que assegura a preservação moral e psicológica do indivíduo. No entanto, pouco se faz a partir dessa teoria, pois é evidente o despreparo da equipe hospitalar referente ao segmento da conduta ética no atendimento à gestante. Cita-se por exemplo a recorrência de frases ironias durante o parto, como : ''na hora de fazer foi bom né?''. Fica evidente, portanto, que cabe ao Poder Público destinar maiores investimentos monetários ao sistema de saúde pública, para ampliar o número de unidades de atendimento especializado. Outrossim, faz-se necessário a realização de palestras e e diálogos entre universitários e conhecedores das áreas de filosofia, antropologia e sociologia. A fim de formar profissionais instruídos sobre ética e moral. Alem disso, cabe-lhes também informar aos pacientes seus direitos ao atendimento humanitário, incentivando-os a denunciar o descumprimento ao princípio da dignidade da pessoa humana .Isso através da distribuição de cartazes e panfletos no ambiente hospitalar. Só assim, tornar-se-à possível combater a violência obstetrícia no Brasil.