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Enviada em: 28/05/2018

Desde o surgimento do Iluminismo na França,entende-se que uma sociedade só progride quando um indivíduo mobiliza-se com o problema do outro.No entanto,quando se observa o debate sobre a violência obstétrica no Brasil,hodiernamente, verifica-se que esse ideal iluminista é constatado na teoria e não, desejavelmente ,na prática.Dessa forma, a problemática insiste estar ,intrinsecamente ,ligada à realidade do país.Se por um lado,a comunidade médica deveria dar um amparo às gestantes,por outro, verificam-se maus-tratos e a omissão de informações por parte desses profissionais.Com efeito,evidencia-se a necessidade de promover melhorias no sistema político e educacional do país.     Em primeiro lugar,é indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas do problema.Segundo o filósofo grego Aristóteles “a política deve ser utilizada que de modo que,por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade”.De maneira análoga, é possível perceber que ,no Brasil, a falta de punição para a crueldade de alguns médicos com mulheres grávidas rompe essa harmonia ,haja vista que  qualquer ato ou intervenção que prejudique a grávida é considerado violência obstétrica se for praticado sem o consentimento explícito da grávida.       Outrossim, em face de tantos impasses diante do problema do tema, ainda há outro contexto para o seu agravamento .Sem dúvidas, priorizar o procedimento de cesárea ao invés do parto normal pelo seu custo reduzido é um entrave para combater a violência na hora do parto.O líder político Nelson Mandela diz que a educação é a arma mais poderosa para mudar o mundo.Nessa perspectiva, a melhor maneira para informar sobre os direitos e deveres básicos de um cidadão é instruí-lo desde a infância.Sendo assim,as escolas têm um papel fundamental na formação social do indivíduo,ao criar a ideia de que o procedimento de cesárea só será necessário se o parto normal não for possível.Em suma,a falta de informação faz com que os médicos convençam as mães a escolherem a cesárea por ter um período de duração menor,tendo assim,um custo menor em relação ao parto normal.   Infere-se, portanto, que a violência obstétrica é uma atitude inaceitável e,como tal,deve ser sanada.Nesse sentido,cabe à Secretária da Saúde,com o apoio dos hospitais,fornecer o prontuário médico à qualquer paciente mesmo que ela não o solicite,para que ela possa verificar todo o procedimento médico feito e,se necessário,procurar a Defensoria Pública de seu município para denunciar qualquer tipo de violência na hora do parto. Além disso,as escolas,por meio do Ministério da Educação ,devem instituir palestras ministradas por psicólogos e professores que discutam o combate à agressão obstétrica, a fim de que o tecido social se desprenda de certos tabus utilizando o conhecimento empírico,ou seja,o pensamento racional proposto pelo filósofo iluminista John Locke.