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Enviada em: 01/06/2018

Segundo dados da FPA, Fundação Perseu Abroma, vinte e três por cento das mulheres já ouviram algum tipo de comentário difamatório durante o parto, e vinte e cinco por cento dessas, que tiveram filhos na rede pública e particular, sofreram violência obstétrica. Esse tipo de violência é caracterizado por agressões físicas e verbais, procedimentos desnecessários e pressão psicológica, no qual, mesmo sendo pouco conhecido, afeta uma em cada quatro brasileiras. Tais atitudes provocadas contra as gestantes pelos médicos e enfermeiros deixam marcas que, dificilmente, serão esquecidas por aquelas que deveriam estar passando por um momento de felicidade e tranquilidade, mas que acabam sendo culpadas pelos estes quando algo de errado acontece.  A exemplo, tem se o caso de Eva Maria, publicado na revista Época, em que essa chegou a maternidade ouvindo advertências e saiu sendo acusada de ter provocado a morte do próprio filho, pois esperou tempo demais para voltar ao hospital, sendo que a data determinada para o retorno tinha sido marcada pelos próprios médicos. Essa acusação evidência que muitos hospitais do país colocam os obstetras em níveis humanos superiores aos das pacientes, visto que esses, constantemente, negam os direitos que estão na lei brasileira, como o acompanhamento de uma pessoa a critério da mãe para permanecer durante o trabalho de parto, que é previsto na constituição desde 2005, e mesmo assim não é concedido.   Com essas atitudes manipuladoras e repudiosas, muitas mulheres, mesmo depois de terem saído das clínicas, levam não só no corpo, mas também na memória cicatrizes de modo que acarretarão depressão, medo, insegurança, no qual, muitas vezes, requerem ajuda profissional para superar tais traumas. Desse modo, o acesso a psicólogos e outros tipos de auxílios são de extrema importância para que essas consigam se reestruturar, tanto psicologicamente quanto fisicamente, e com isso, possam compartilhar com outras progenitoras sobre os acontecimentos e como evitá-los.   Portanto, dado que é de estrema importância que durante o parto e o pós-parto o entorno da mulher a proteja e assegure-a dos direitos, é necessário que os hospitais, públicos e privados, sigam a legislação afim de proporcionar os benefícios nela impostos a este momento. Cabe também ao Ministério Público proteger as mulheres grávidas de qualquer tipo de violência, por meio da divulgação de informações a cerca dos privilégios das gestantes e sobre como estas podem tentar evitar tais práticas. Como o plano de parto, no qual fica estabelecido o que ocorrerá no evento, de cordo com os desejos da paciente em conjunto com o médico, para que, dessa forma, o que ocorrer fora do padrão do plano estabelecido seja identificado como violência obstetrícia e possa ser penalizado.