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Enviada em: 02/06/2018

A violência obstetrícia diz respeito a um tratamento humilhante e agressivo contra a mulher, tanto durante o parto, quanto durante o pré-natal. Tal ato é um afronte aos Direitos Humanos, assegurados pela Constituição Federal de 1988, e age sobre a gestante em seus momentos de maior vulnerabilidade, gerando inúmeros traumas em sua vida. Assim, é preciso evitarmos, ao máximo, a perduração dessa problemática, através de medidas concretas e eficientes.              Em primeiro plano, é importante salientar que o grande percentual de mulheres que sofrem violência obstétrica, que é, de acordo com a Fundação Perseu Abamo, uma em cada quatro grávidas, resulta de uma cultura perversa construída no Brasil. Esse conjunto de costumes idealiza o momento do parto, como se ele não fosse um processo natural, e, além disso, institui práticas que muitas vezes são desnecessárias, como a epistomia. Segundo a OMS, por exemplo, o país é campeão em operações cesarianas, o que é fruto da execução indiscriminada da cirurgia e da falta de humanização do parto, que acaba se tornando um ato de violência. Sendo assim, atos violentos estão conectados ao modo de agir e de pensar do povo brasileiro e, por isso, vão de encontro ao bem-estar da mulher.       Na segunda análise, percebe-se que, como consequência dos atos de violência obstetrícia serem intrinsecamente ligados a padrões culturais, as parturientes permanecem vulneráveis a eles, uma vez que não contêm as informações necessárias para se tornarem conscientes de que receber um tratamento  humilhante e agressivo não é natural e de que é um dever delas denunciar casos de violência. Segundo a Artemis, organização civil cujo foco é erradicar a violência obstetrícia, ainda é difícil para a mulher reconhecer a violência, pois pensa que certos procedimentos e atitudes são comuns no momento do nascimento de seu filho e, por isso, traumatiza-se e guarda para si mesma os seus medos. Desse modo, apesar de existirem no Brasil projetos de lei contra a agressividade obstetrícia, é necessária a difusão de informações pertinentes, para que todas as mulheres conheçam os seus direitos.        Urge, pois, a necessidade de humanizar os momentos de parto e de pré-natal, para que tal problemática seja minimizada. Para isso, é dever do Governo Federal guiar, a todas as mulheres, informações, para a consequente compressão sobre a violência obstétrica no Brasil, por meio de campanhas de viés nacional nas televisões, durante a propaganda e o ao longo do enredo das novelas, e, também, nas rádios. A partir dessa medida, a parturiente será capaz de exigir os seus direitos, como o de realizar o parto normal ao invés da cesariana, e, quando não tiver eles assegurados, denunciar para o Ministério Público e para as Delegacias da Mulher.