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Enviada em: 02/06/2018

O parto no Brasil sofreu diversas modificações ao longo do tempo, tendo como exemplo a transformação do parto domiciliar para o hospitalar. Todavia, essa alteração não foi benéfica nem para a parturiente nem para o bebê, porque a hospitalização do nascimento modificou o papel da mulher de protagonista para objeto de intervenção médica, expondo-a a risco de violência obstétrica, seja pelo despreparo da equipe, seja pela indução do trabalho de parto precipitado.      Em primeiro lugar, é importante destacar que o Ministério da Saúde se preocupa com as necessidades da gestante, isso é comprovado pela implantação do programa de humanização no pré-parto e nascimento em 2002. Contudo, após 15 anos da sua implantação, não houve mudanças referente à humanização no parto. De fato, dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontam, que uma em cada quatro mulheres sofre algum tipo de violência durante o parto (verbal ou física). Isso se deve ao despreparo dos profissionais, que veem a gestante como uma doente e não entendem que ela está nessa situação apenas para trazer ao mundo um filho.      Por outro lado, cabe ressaltar que a pressa durante a paridela, pode ser explicado pelo viés econômico, visto que, a equipe médica recebe honorários por procedimentos e não é avaliado a qualidade desses por meio de indicadores.     Fica evidente, portanto, diante dos argumentos supracitados que medidas são necessárias para resolver este impasse e acabar com os episódios de violência na obstetrícia. O Ministério da Saúde deve criar um questionário, para ser respondido pelas parturientes, que avalie a qualidade do atendimento nas maternidades, no pré parto, no parto e pós parto, essa avaliação deverá ser vinculada ao repasse de honorários para a equipe envolvida. Dessa forma, o atendimento atrelado ao salário poderá contribuir para melhoria do atendimento e promover uma autonomia da mulher durante o parto.