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Enviada em: 08/06/2018

Com a Revolução Industrial, que ocorreu no Brasil entre o fim do século XIX e o início do século XX, o número de mulheres a ingressarem no mercado de trabalho cresceu significativamente. Com isso, o desejo de ser mãe passou a coexistir com o desejo de ocupar um patamar social digno, o que afetou indiscutivelmente as taxas de natalidade da sociedade brasileira. No entanto, a busca pela ascensão social não foi a única causa para a queda no número de nascimentos, tendo em vista que, nos últimos anos, casos de violência obstetrícia no Brasil se tornaram cada vez mais frequentes.       A violência obstetrícia consiste em humilhar a gestante, ofender, fazer procedimentos sem o seu consentimento, impedir o acompanhamento da paciente, ou qualquer outra forma de agressão - vinda do grupo responsável por cuidar da gestação e do parto. Embora pareça absurdo, segundo dados da Organização Não Governamental (ONG) Artemis, que trata de violência doméstica e obstétrica, 25% das mães brasileiras afirmam terem sido desrespeitadas durante a gravidez ou na hora do parto, no ano de 2015. Dessa forma, tal fato evidencia o desrespeito vivenciado por diversas mulheres no cenário nacional que, informadas sobre os frequentes casos de violência obstétrica, preferem não optar pela maternidade.       A escritora Simone de Beauvoir afirmava que: "A humanidade é masculina e o homem define a mulher não em si mas relativamente a ele". Analisando o pensamento da escritora e relacionando-o a sociedade moderna é perceptível a sociedade patriarcal ainda vivida e a objetificação da mulher que, embora já tenha ocupado um espaço maior enquanto minoria social, ainda sofre ao ser vinculada apenas a ideia de geração de descendentes. Desse modo, em muitos casos de violência obstetrícia, as dores do parto e a vontade feminina são menosprezadas, já que o único objetivo é trazer ao mundo uma prole saudável, sem levar em conta os direitos da mãe enquanto ser social.       Portanto, na tentativa de impedir que mais mulheres sejam violadas, durante a gravidez ou na hora do parto, o Governo é agente fundamental, através da criação de leis que possam punir o grupo responsável, além de notificar a instituição médica sobre o comportamento inadequado de profissionais antiéticos que desrespeitem as pacientes. E por fim, a criação de campanhas publicitárias é muito importante, incentivando a denúncia de qualquer violência obstétrica sofrida, fazendo com que os responsáveis sejam devidamente punidos.