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Enviada em: 15/06/2018

A vinculação da maternidade à felicidade e satisfação é frequente em filmes e novelas de ficção. Entretanto, a realidade mostra-se diferente, com inúmeras dificuldades a serem superadas pelas mães. Nesse contexto, a violência obstetrícia destaca-se como um dos primeiros obstáculos enfrentados a partir do parto. Nesse momento de vulnerabilidade da mulher, é evidenciada o despreparo de profissionais e hospitais, supostamente capacitados para auxiliar as pacientes.     Tal desqualificação é reflexo do deficiente nível dos cursos que formam os profissionais da saúde. Faculdades como a de medicina, por exemplo, possuem vagas muito concorridas, o que as torna atrativas para o lucro capitalista. Desse modo, diversos cursos são abertos de forma a priorizar o ganho monetário, ao passo que menosprezam a formação ética dos profissionais, resultando no incorreto tratamento dos pacientes.    A precária infraestrutura do sistema público da saúde, além disso, é outro fator que influencia a violência obstetrícia. Assim, o cotidiano repleto da falta de recursos gera um ambiente adverso tanto para pacientes quanto para profissionais da saúde. Dessa maneira, a condição das dependências hospitalares resulta em superlotação e a consequente desumanização das mulheres que, nesse caso, são atendidas de forma breve para desocupar leitos para novos pacientes.    Apesar da violência obstetrícia ser cotidiana no ambiente hospitalar, é possível alterar esse panorama. Para isso, o Ministério da Saúde deve obrigar o acompanhamento de doulas durante o pré-natal e o parto, sendo responsáveis por garantir assistência e a integridade da mulher, de modo a assegurar a escolha dos procedimentos definidos pela mãe. Além disso, as faculdades devem aumentar a incidência de debates éticos a partir da maior incorporação desse assunto no cotidiano escolar, de forma a humanizar a relação dos profissionais com seus pacientes. Com tais medidas, é possível conter o avanço da reificação das mulheres durante o parto e marcar positivamente as memórias das mães.