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Enviada em: 11/06/2018

Desrespeito, negligência e violência. Esse é o contexto enfrentado por grande parte das gestantes no Brasil. A cultura de realizar partos cesáreas, de forma desnecessária, e as diversas formas de violência sofrida por gestantes as causam danos físicos e psicológicos. Sendo assim, atenuar o problema é um dos principais desafios contemporâneos.  Em primeiro lugar, conforme a Constituição Federal, toda mulher tem direito ao acesso a um atendimento digno e de qualidade, durante a gestação, parto e pós parto. Porém, segundo a Fundação Perseu Abramo, 1 em cada 4 brasileiras afirma ter sofrido violência obstétrica. Logo, esses dados demonstram que a lei não é cumprida na prática.  Essa violência se configura de diversas formas, como a proibição de acompanhante no parto, o desrespeito as escolhas da mulher, agressões verbais e procedimentos invasivos e desnecessários. Dessa forma, transforma um momento que deveria ser natural em traumático.   Ademais, cerca de 55% dos partos realizados no Brasil são cesáreas estando acima dos 15% recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Logo, transforma-se em ato cirúrgico o que deveria ser um evento fisiológico, causando prejuízos para a mãe e ao bebê, como o aumento do risco de recém nascidos prematuros e infecções na parturiente.   Sendo assim, é preciso mudar esse panorama em âmbitos culturais, acadêmicos e estruturais para a obtenção de partos mais humanizados no Brasil. Portanto, o MEC deve regularizar e aumentar a disponibilidade do curso de Obstetrícia, para que haja uma maior atuação desses profissionais em gestações de baixo risco, assim evitando procedimentos cirúrgicos desnecessários. Ademais, que implante no currículo escolar, na área de ciências biológicas, o estudo sobre a gestação e parto, para que as mulheres se informem e possam exigir seus direitos no futuro. Também, é preciso que o Ministério da Saúde faça um questionário com as parturientes sobre a legalidade do seu parto, a fim de punir os profissionais que pratiquem violência, para assim cumprir a Constituição de fato.