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Enviada em: 04/07/2018

O pesadelo de nascer       Presente em diversas pautas atuais, a violência obstétrica tem se mostrado preocupante, na qual, gestantes tornam-se apenas números e os procedimentos acerca da gestação, mostram-se robóticos, prejudiciais e desgastantes, tanto para as parturientes, quanto para seus filhos. Gerada pelo antiprofissionalismo de agentes da saúde e pela falta de informação concedida a população, essa agressão revela ainda mais, o caráter da população que se forma.       O antiprofissionalismo dos agentes da saúde é um dos fatores mais contribuintes à propagação da violência obstétrica. Um exemplo disso é a utilização de métodos desnecessários, como o uso de ocitocina para aceleração do parto, protocolo este, que só deve ser utilizado em casos de urgência, mas que segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), é utilizado em 36% dos partos. Além disso, grande parte das gestantes revelam ter sofrido agressões verbais, como xingamentos e até mesmo ultimatos provindos de médicos e enfermeiros durante o processo gestacional. Sendo assim, mostra-se um grande descaso com a saúde física e psíquica das parturientes, além da concretização de uma medicina desumanizada e robótica, focada apenas no lucro dos procedimentos.       Concomitante a isso, órgãos governamentais não oferecem um conhecimento adequado às gestantes quanto as escolhas que essas podem tomar durante a gestação. Por exemplo, qual o melhor tipo de parto para a saúde da mãe e do bebê, se há necessidade de ser realizada uma episiotomia - corte feito entre a vagina e o ânus, que segundo a OMS, só deve ser feita se a passagem do canal vaginal oferecer riscos a vida do recém-nascido, a afirmação do direito ao acompanhante. As leis são veladas e não divulgadas, deixando as gestantes perdidas e reféns das vontades de médicos, que muitas vezes se aproveitam da falta de informação da população para realizar procedimentos que beneficiem somente a eles, e não ao bem estar de seus pacientes.       Sendo assim, torna-se clara a magnitude do problema da violência obstétrica, que em pleno século XXI ainda se torna presente. O Ministério da Educação deve incutir na grade curricular dos cursos de Medicina e Enfermagem, disciplinas que  visem a humanização do atendimento gestacional e da área da saúde como um todo. A abertura de um setor especial em hospitais e postos públicos, pelo Ministério da Saúde, focado na gravidez, que fiscaliza o atendimento acometido às gestantes, oferece suporte psicológico e seja espaço para palestras e aulas, divulgando o direito de cada mulher nesse período também é uma solução viável. São soluções simples, que exigem o mínimo de empatia e respeito ao próximo, fatores esses que se mostram cada vez mais perto da extinção.