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Enviada em: 25/06/2018

Violência. Desrespeito. Atuações negligentes. Atendimentos precários. Ações que, embora, perpetuam a deterioração humana, estão presentes na realidade das parturientes brasileiras. Seja por falhas no sistema institucional de saúde, haja vista a desumanização profissional, a violência obstetrícia é uma questão conveniente a ser analisada .  É indubitável que a falta de humanização na formação acadêmica de muitos profissionais da saúde é um dos fatores primordiais do recorrente abuso às gestantes. Isso é comprovado através da Fundação Perseu Abramo, em que uma a cada quatro mulheres relatam ter sofrido algum tipo de violência. Tendo em vista estes fatores, convém ressaltar que a "indústria do nascimento", compete ao imediatismo e, por sua vez, a aceleração no processo do parto. Desta forma, o uso abusivo de ocitocina sintética sem o consentimento materno, promove as contrações e a parição. Consoante a isto, têm-se a episiotomia indiscriminada e , muitas vezes, desnecessária, afetando a sexualidade da mulher.   Outrossim, destaca-se a falta de fiscalização por parte de algumas gestões públicas, como impulsionadora do problema. Segundo Hannah Arendt, o mal é algo de que todos somos capazes. De maneira análoga, a falta de denúncias por muitos profissionais da saúde, que presenciam situações de desrespeito às gestantes impossibilita e/ou dificulta ainda mais a interrupção destas ações. Desta forma, as consequências às mulheres que sofrem essas agressões físicas e morais podem ser descritas por estresse pós-traumático, depressão pós-parto e até dificuldades em cuidar do recém nascido.  É evidente, portanto, que ainda há grandes entraves na promoção de um nascimento saudável. Sendo assim, é necessário que a Constituição Federal atrelado ao Ministério da Saúde incorpore medidas de fiscalização diária em hospitais públicos e privados, com a inserção de uma assistente social que acompanhe, desde os atendimentos gestacionais, até o momento da parição. É importante também, que o Ministério da Saúde em conjunto com o recurso midiático, promova campanhas de incentivo ao parto humanizado. Sendo assim, é imprescindível a inclusão do parto humanizado nos hospitais públicos e privados, a partir de políticas públicas. Destarte, as instituições de ensino superior devem ser incumbidas de oferecer nos cursos de medicina,e também em outras áreas voltadas à saúde, o atendimento humanizado e as mais diversas formas de difundi-los. Ademais, devem ser promovidos pelos próprios hospitais, acompanhamentos psicológicos as mães que sofreram algum tipo de violência. Desta maneira, será possível oferecer um atendimento digno às gestantes, pois como dizia  o cientista Michel Odent "para mudar o mundo é preciso antes, mudar a forma de nascer".