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Enviada em: 24/07/2018

É inquestionável que a violência obstetrícia é um dos principais problemas que acometem o Brasil atualmente. De acordo com dados disponibilizados pela revista Época, 25% das brasileiras afirmam ter sido desrespeitadas na gestação ou no parto. Torna-se evidente, portanto, a magnitude dessa adversidade, resultado de uma formação acadêmica de profissionais da saúde pouco voltada para a parte humana do ofício, desestimulando, progressivamente, mais mulheres a terem filhos.       No documentário "Meninas", dirigido por Sandra Werneck, além de explicitar garotas sofrendo com a gravidez prematura, é exposto, também, a falta de empatia com que diversos médicos e enfermeiros tratam aquelas. Isso ocorre, pois Universidades Federais e Estaduais, em sua maioria, propõem aos estudantes dessa área de atuação uma formação universitária extremamente técnica em detrimento da parte humana desse processo, na medida em que não há matérias específicas voltadas para o desenvolvimento dessa competência na grade curricular. Destarte, vários universitários concluem a sua graduação sem a habilidade necessária para lidar com o paciente, examinando este de maneira, profundamente, desrespeitosa e ineficaz para o tratamento de uma determinada situação, o que justifica, assim, os preocupantes dados fornecidos pela mencionada revista.       Como se isso não bastasse, devido às altas taxas de violência obstetrícia no Brasil, muitas mulheres desenvolvem certo receio em ter filhos (em 2010 teve uma taxa de rejeição de 14% segundo o IBGE). Esse cenário, além de exibir a realidade de insegurança que esse problema causa para bastantes brasileiras, é, seriamente, danoso para a economia do país, pois tem-se uma paulatina diminuição da futura mão de obra nacional, fazendo com que, por conseguinte, o governo adote medidas de importação de mão de obra internacional, ação que, conforme a análise de diversos economistas, causará um déficit econômico catastrófico para o Brasil.       Logo, faz-se necessário que o Governo Federal, em conjunto com o Ministério da Educação, propicie um contexto de formação acadêmica de profissionais da saúde mais direcionado para aspectos humanitários, por meio da adesão na grade curricular de aulas que tratem, de maneira interdisciplinar com tópicos biológicos entre outros, objetivamente sobre a importância da empatia e compreensão para com os pacientes no processo de atendimento à esses. Dessa maneira, esse problema seria combatido de maneira mais eficiente, consolidando, assim, uma sociedade menos intolerante e mais democrática em âmbito nacional.