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Enviada em: 05/07/2018

No Brasil, a violência obstetrícia ainda é um componente atual na sociedade. Nesse cenário, é possível perceber uma transformação na realização dos partos, desfavorecendo o bem estar da mãe e servindo a indústria médica. Somado a isso, o processo natural do nascimento tornou-se problematizado e qualificado como doença, facilitando a medicalização e os procedimentos desnecessários.        Historicamente, o parto é considerado um processo natural e fisiológico e foi acompanhado por séculos por mulheres parteiras. Entretanto, a partir do século XVIII com a Revolução Industrial e Sanitária ocorreu a introdução de médicos ao parto. Com isso, o ambiente domiciliar foi substituído pelo hospital e aos poucos o parto normal vem dando lugar à cesárea. No entanto, o que deveria ser um momento de alegria surge como um pesadelo para muitas gestantes. Segundo a Fundação Perseu Abramo, cerca de 25% das parturientes sofreu algum tipo de agressão no parto, que inclui desde atos de negligência, assédio moral  físico, abuso e desrespeito. Desse modo, várias mulheres são vítimas de violência obstétrica, marcadas por práticas realizadas de forma inadequada, rotineiras e sem evidências que apontem sua necessidade, favorecendo unicamente profissionais da saúde e priorizando a velocidade dos procedimentos.       De acordo com a Fiocruz, cerca de 52% dos partos realizados pelo SUS são cesáreas e, esse número chega a 88% na rede privada, sendo que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda em torno de 15%, isso mostra como um processo natural a todo ser humano tomou proporções de patologia. Outrossim, a cesariana é o principal procedimento desnecessário realizado pela rede de saúde, ela é indicada em casos de risco para mãe ou para o bebê porém, percebe-se que os médicos priorizam esse atendimento por conveniência, já que um parto normal demanda muitas horas de assistência fazendo com que eles desmarquem compromissos e pacientes.       Fica claro, portanto, a necessidade de intervenção governamental no que diz respeito a garantia dos direitos das mulheres no momento do parto. Cabe ao Governo Federal, a criação de uma lei que penalize a violência obstétrica, por meio de suspensão da carteira profissional do servidor da saúde e, também, um curso de reciclagem sobre procedimentos adequados  adotados na obstetrícia. Já a mídia, é recomendado a divulgação de propagandas informativas sobre violência obstétrica e o incentivo da denúncia dessa prática, assim poder-se-á minimizar o sofrimento dessas mulheres e torná-lo um momento feliz.