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Enviada em: 01/07/2018

Segundo reportagem da revista Época, 1 em cada 4 mulheres diz já ter sofrido violência durante a gestação ou no momento do parto. Esse dado alarmante mostra que o problema é nacional e pode ocultar uma cultura de maus-tratos em toda rede pública de saúde, ocasionando traumas e gerando insegurança em dos momentos mais delicados, física e emocionalmente, da vida feminina.    Além da falta de infraestrutura e investimentos governamentais insuficientes, uma vez que o teto com gastos sociais foram congelados por duas décadas, a superlotação dos leitos e a rotina estressante levam os profissionais da saúde à perda de empatia, consequentemente tratando as pacientes sem o devido zelo e compreensão que o momento exige. Sendo assim, o resultado da indiferença estatal com o Sistema Único de Saúde são partos precários, muitos deles acelerados pelo uso de medicamentos, e o constante desrespeito à dignidade da pessoa humana, princípio basilar de nossa Carta Magna.    Destarte, independente das agruras do dia a dia nos hospitais públicos, todos os profissionais da saúde têm o dever ético e primordial de proporcionar bem-estar aos pacientes. Portanto, devem ser os primeiros a buscar melhorias e a denunciar ao Ministério Público todas as deficiências que enfrentam no sistema, pois são os que melhor conhecem as mazelas.    Diante de tais desafios, o comprometimento e a consciência coletiva entre maternidades e sociedade deve ser estimulado pelo Ministério da Saúde através de campanhas de conscientização que gerem empatia mútua entre mães e profissionais. Ademais, através de uma portaria, deverá determinar que os municípios com mais de 20 mil habitantes ofereçam o parto humanizado nos postos de saúde da família, nos casos de gravidez sem risco e com o acordo da mãe. Com tal medida, o conforto e a segurança das parturientes aumentará, uma vez que poderão parir na comunidade que residem e com profissionais que conhece desde o pré-natal.