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Enviada em: 02/07/2018

Em toda a idade antiga, quando os métodos científicos ainda não eram avançados, a única forma de dar à luz era por meio do parto normal. Em situações de partos problemáticos, eram realizadas intervenções agressivas, como a episiotomia ou cesária, que sem o devido preparo, resultavam na morte da gestante e, por vezes, da criança. Apesar de a medicina brasileira ter tido inúmeros avanços até a contemporaneidade, muitas gestantes ainda são vítimas de violência obstetrícia, seja durante o pré-natal, durante ou após o parto. Tal violência pode gerar danos graves, tanto à saúde física da gestante e da criança como também gerando traumas psicológicos, problemáticas essas importantes a serem debatidas.       Dentre as causas da persistência da violência obstetrícia no Brasil encontra-se o despreparo dos profissionais, sejam os médicos obstetras, os enfermeiros ou quaisquer funcionários dos hospitais e clínicas. Segundo Nelson Mandela, o reflexo da “alma” de uma sociedade é a forma como essa trata suas crianças. Associando a citação à realidade obstetrícia brasileira, pode-se notar a falta de cuidado com a criança desde sua gestação, momento no qual é imprescindível que haja total conhecimento dos procedimentos, desde o pré-natal até os cuidados pós-parto. Porém, o número de relatos de gestantes que sofreram alguma violação ainda é elevado, segundo dados da revista “Época”.       Além disso, a persistência da violência obstetrícia no Brasil é reflexo direto da falta de leis que assegurem direitos às gestantes. Segundo o escritor Aldous Huxley, os fatos não deixam de existir só por serem ignorados. Da mesma maneira, apesar de o assunto não ser tratado com a devida importância por parte das autoridades legislativas, ele não deixa de ser uma causa necessária a ser debatida e merecedora de leis apropriadas. Apesar de haver leis vigentes, essas ainda são ineficazes, tendo em vista que o problema persiste.       Infere-se, portanto, que medidas devem ser tomadas a fim de amenizar o impasse. Cabe, portanto, ao Ministério da Saúde, a elaboração de cursos obrigatórios direcionados a todos os funcionários envolvidos na área obstetrícia, assegurando às gestantes e às crianças o melhor tratamento em todo o processo. Além disso, cabe ao Poder Legislativo a criação de leis mais severas, que atuem de forma mais incisiva nos casos de violência obstetrícia, assegurando todo o respaldo à vítima assim como a devida punição aos envolvidos. Desse modo, pode-se levar em consideração a afirmação de Aldous Huxley, de modo a não mais ignorar os fatos, e sim solucioná-los.