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Enviada em: 28/10/2018

A violência obstétrica é frequente no Brasil, põe as vidas da parturiente e do feto em risco e, geralmente, as vítimas desconhecem que seus direitos foram violados. Estas, muitas vezes passam por procedimentos desnecessários, dolorosos e humilhantes, pois acreditam se tratar de algo natural, mas os fins, nesses casos, não justificam os meios, apenas monstra que falar sobre  parto é um tabu.         Primeiramente, vale ressaltar que na sociedade espartana, as mulheres eram idolatradas pelo seu papel de dar à luz, devido Esparta ser uma Pólis militarizada onde os homens viviam para a guerra e, consequentemente, a taxa de mortalidade era alta. Na nação brasileira hodierna, a realidade é outra. Gestantes, mulheres em trabalho de parto e, ainda, após o parto, no período pueril, são violentadas e desrespeitadas, muitas vezes sem perceberem, por médicos, equipes hospitalares, familiares e acompanhantes. Isso ocorre de diversas maneiras, desde não explicar os procedimentos para a paciente a priva-la do contato com o recém nascido sem justificar e deixa-la só no pós operatório.             Segundo o filósofo britânico John Stuart Mill, "sobre seu próprio corpo e mente, o indivíduo é soberano". A violência obstétrica é, portanto, contrária a esse ideal e, assim sendo, deve ser combatida. Esse crime, que se manifesta de maneira verbal ou física,  deixa sequelas e traumas, tornando, dessa forma, o parto um dos piores momentos da vida de uma mulher. A música O Pulso, da banda Titãs, afirma "O pulso ainda pulsa e o corpo ainda é pouco" após enumerar diversas doenças e sentimentos ruins, e assim é com uma pessoa que sobrevive à violência obstétrica. Ela passa por procedimentos considerados obsoletos pela Organização Mundial da Saúde e que podem gerar graves  complicações, além de ser discriminada por suas escolhas e ficar exposta, muitas vezes, a condições insalubres e degradantes.            Destarte, medidas são necessárias para a resolução desse impasse. Cabe ao Ministério da saúde, em parceria com a mídia televisiva, alertar a população brasileira, por meio de debates feitos por especialistas no assunto, sobre as maneiras como essa violência pode se manifestar, quais modos de buscar que os direitos das gestantes sejam respeitados e divulgar meios de comunicação específicos para denunciar esse tipo de crime. Concomitantemente, é imprescindível que o Ministério da Educação instituir palestras, ministradas por médicos obstetras e advogados, com subsidio estatal, para educar estudantes sobre o que é o parto humanizado e como ele é feito, desde o pré-natal até o período puerpério. Ademais, ONG que lutam pelos devem mobilizar virtualmente a nação para conscientizar todos da existência do problema.  Somente assim, a gestante poderá ser soberana sobre seu corpo e mente.