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Enviada em: 09/07/2018

O parto sempre foi um momento de grande tensão na vida das mães, se nos séculos passados milhares de mulheres morriam nesse momento, atualmente, através da cesariana e de centros hospitalares mais sofisticados, o índice de mulheres mortas no parto é cada vez menor. No entanto, a cesariana foi banalizada, saindo de uma cirurgia de emergência para um instrumento utilizado para conveniar o nascimento as agendas de médicos e hospitais, muitas vezes, desrespeitando a vontade da mulher. Nesse contexto, deve-se debater uma problemática crescente no Brasil, a violência obstétrica.                  De acordo com a Unicef ( Fundo das Nações Unidas para Crianças) quase 60% dos partos realizados no Brasil são cesariana. Isso acontece porque o parto vaginal demora muitas horas, exigindo assistência de vários profissionais a parturiente, enquanto a cesariana é feita em média em 40 minutos. Por resultado dessa tentativa de tornar o nascimento uma produção em massa, o país é tem um dos índices mais elevados desse tipo de parto, contrariando a recomendação da OMS que é apenas de 6% dos partos.                 Outrossim, pode-se destacar a falta de informação como um agravante para esse cenário. Isso ocorre pois no momento em que a mulher inicia o pré natal, os profissionais que a acompanha não têm a sensibilidade de explicar os tipos de parto, analisar a vontade da mulher, conversar com a família visto que esse é acontecimento importante para todos, ou seja, prepara-la para um dos momentos mais importantes de sua vida. Por consequência desse descaso com a mulher, não é raro histórias de mães completamente traumatizadas com a maternidade, pois na hora do nascimento de seus filhos foram tratadas como animais, sendo retiradas do papel de protagonista, e sendo submetidas a vontade de terceiros, algo totalmente inaceitável na sociedade pós moderna.             Torna-se evidente, portanto, que a questão da violência obstétrica no Brasil precisa ser combatida. Em razão disso, o Ministério da Saúde, deve disseminar palestras para os profissionais informando-os sobre o parto humanizado, onde a vontade da mulher é respeitada, em consonância com um maior investimento em salas de parto e contratação de profissionais especializados em parto vaginal, para que a mulher sinta-se acolhida no momento do nascimento de seu filho. Ademais, o mesmo Ministério deve criar um plano de parto que comece desde a primeira consulta de pré natal, possibilitando que a futura mãe seja acompanhada por todos os profissionais necessários para que ela sinta-se segura para escolher o seu tipo de parto. Desse modo, o Brasil poderá diminuir os casos de violência obstétrica, cuidando para que as próximas gerações nasçam em um momento respeitoso.