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Enviada em: 11/07/2018

Segundo Sartre "A violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota.", hodiernamente é possível relacionar esta afirmação com a agressão sofrida por centenas de mulheres em um dos seus momentos mais frágeis: a hora do parto. Com isso, surge a problemática de como um sistema público de saúde sucateado pode atenuar as desigualdades sociais, enfrentada todos os dias por diversos brasileiros.     De acordo, com a Carta Magna promulgada em 1888, a saúde é direito de todos e o Estado a deve garantir à partir de políticas sociais e econômicas, a fim de assegurar uma melhor qualidade de vida ao cidadão; entretanto, em pleno século XXI, ainda são registrados todos os dias mulheres que tiveram seus direitos violados durante a gravidez. Os países desenvolvidos tem uma taxa de partos cesáreos inferior a 10%, pois muitos médicos afirmam que só se deve submeter a grávida a procedimento cirúrgico em casos de risco de vida à gestante e ao bebê - Tal informação veio a tona após a saída em menos de 6 horas da Duquesa de Cambridge, Kate Midleton, da maternidade na Inglaterra- ; enquanto no Brasil, a taxa dessa modalidade de partos é superior a 70%, segundo o G1 diversas gestantes afirmaram que no pré natal foram desmotivadas a fazer o parto normal, o que já seria uma agressão contra a mesma, porquê não estaria tendo seus desejos respeitados.    Nesse ínterim, surge de certa forma um "apartheid" entre as diferentes classes sociais, pois pessoas que possuem uma condição financeira melhor podem recorrer a um hospital particular ou a uma doula no caso do parto humanizado e ter seus direitos e vontades respeitadas. Consoante a perspectiva de São Thomás, todos os indivíduos de uma sociedade democrática possuem a mesma importância; porém, as que dependem do sistema público ficam a mercê do descaso com a saúde e refém de médicos que às podem violar a qualquer momento sem avisar, como: injetar ocitocina para que a bolsa estoure mais rápido, utilizar fórceps -o que já foi proibido-, até mesmo obrigar que a grávida em trabalho de parto ande longas distâncias e ainda a agridam de forma verbal vulgarmente jogando "piadinhas". Tudo isso corrobora para que o Brasil esteja no Ranking de piores lugares do mundo para se ter filhos.      Destarte, urge que o Ministério da Saúde promova uma melhora nos hospitais públicos através da disponibilização de mais leitos, médicos eficientes,e material necessário para cirurgias afim de tornar a experiência da gravidez algo bom e não traumatizante e que todas a mulheres tenham seus direitos respeitados; ademais, promover campanhas,distribuição de panfletos e propaganda através de cartazes e mídias, ressaltando a importância de conhecer quando a grávida está ou não sendo agredida, e o que fazer nesses casos. Assim quem sabe, poder-se-à não mais concordar com afirmação de Sartre.