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Enviada em: 30/07/2018

Era por meio das mãos de escravas denominadas "parteiras" que os nascimentos da época colonial até à época imperial brasileira aconteciam. De modo arcaico e elitista, os partos realizados antigamente não possuíam relação com a Medicina. No entanto, apesar da parturição atualmente ser realizada sob cuidados médicos, infelizmente, o momento de "dar a luz" tem-se revelado desumano devido à alta recorrência de casos de violência obstétrica nos hospitais do país. Dessa forma, é válido analisar as causas dessa realidade bem como traçar alternativas viáveis que amenizem essa situação.       A violência obstétrica possui causas que vão desde profissionais não qualificados até a existência de políticas governamentais que indiretamente propiciam essa realidade. A primeira causa se deve pela seleção descuidada dos médicos e de outros profissionais, principalmente no SUS (Sistema Único de Saúde). Já a segunda causa se refere à política governamental à qual orienta os médicos atuantes em hospitais públicos à realizarem partos normais em detrimento de cesáreas sob a premissa de uma maior remuneração e da economia dos recursos públicos, fato que propicia a violência obstétrica além de sofrimento psicológico e físico às gestantes e ao recém nascido.       Acrescenta-se ainda a ineficácia de leis já existentes e a ausência de leis que realmente amparem as mulheres gestantes contra à violência obstétrica. A exemplo dessa realidade, uma pesquisa realizada da revista Época mostra que apenas 29% das gestantes atendidas em todo o país possuem o acompanhamento do parceiro no momento do parto como é previsto em lei. Além disso, a violência obstétrica ocorre, infelizmente, em hospitais públicos e os alvos fáceis se tornam, em geral,  as gestantes mais humildes que pouco possuem conhecimento sobre seus direitos durante o parto. De acordo com a pesquisa realizada pela rede de mulheres Parto do Princípio (ONG criada em defesa das mulheres gestantes), 25% das mulheres grávidas brasileiras sofrem ou já sofreram algum tipo de violência obstétrica. Desse modo, ações devem ser tomadas para amenizar essa situação.        A violência obstétrica, portanto, possui causas estruturais à respeito dos profissionais selecionados atuantes no SUS e em outros hospitais do país; causas legislativas que enquadram à falta de leis e causas devido à políticas públicas que fecham o cenário e incitam a existência dessa realidade. Dessa maneira, uma alternativa viável seria a capacitação de forma humanística dos profissionais de saúde de todo o país, com cursos e palestras oriundos de investimento público sobre gestão de pessoas e atendimento humanitário, para que os casos de violência obstétrica sejam reduzidos. Em seguida, deve-se criar leis, por meio de ações do poder legislativo e executivo, para que as gestantes estejam amparadas em lei. Desse modo e com essas alternativas,  as gestantes terão garantida sua "boa hora".