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Enviada em: 09/08/2018

A herdade de estigmas, atos e concepções misóginas contribuíram, de maneira ascendente, para a defasagem dos direitos da mulher na sociedade. Ademais, a exiguidade de políticas públicas no que tange à melhor qualidade de vida daquelas que são as progenitoras das civilizações, faz-se real na hodiernidade e, portanto, indica um imbróglio que urge soluções. Nesse contexto, é importante salientar que, a violência obstétrica tem ocorrido de maneira afluente no território nacional. Evidenciando, dessa maneira, a adversidade em torno da temática.  Vale ressaltar que, a cultura patriarcal vigente no cenário atual, corrobora para que a violência no momento do parto se cumpra. Aristóteles - importante filósofo grego - disseminava ideias de que a mulher é um ser inferior e, por conseguinte, detém menos capacidade moral e física. Tal prática coopera para a permanência de convicções ultrapassadas e, obtém resultados que refletem na hora da parição de um indivíduo. Além disso, de acordo com a Agência Nacional de Saúde (ANS), 1 em cada 4 mulheres são afetadas pela violência nessa etapa. O que caracteriza uma problemática presente e pouco debatida, visto que os números são alarmantes para um país em desenvolvimento.  Outrossim, a atribulação notabiliza o racismo. A mulher negra, no Brasil, é a que mais sofre com violência no parto. Esse dado encontra raízes no Brasil Colônia - período este em que a escravidão fazia-se presente. Entretanto, revela um enorme descompasso tangente à saudade das mulheres cujas descendentes lutaram, ainda que não fossem ouvidas, por um país tolerante. Aliás, as mesmas, em sua maioria, estão imersas em um cenário o qual o Sistema Único de Saúde (SUS) é a exclusividade de quem necessita atendimento hospitalar. Atrelado a isso, a metodologia é escassa quando observa-se uma falta de humanização por parte dos médicos, que acreditam estar realizando uma benevolência à população que recorre a esse método. Resultando, desse modo, em dados elevados de violência obstétrica em um país composto por 105 milhões de mulheres.  Dado o exposto, torna-se evidente, portanto, a necessidade de transformar o cenário no tocante à saúde da mulher. Primordialmente, a ANS atrelada ao Ministério da Saúde, deve realizar mudanças no tratamento que antecede o parto, para que o mesmo ocorra desde o seu descobrimento até a finalização de maneira humanizada. Para que isso aconteça, é indubitável que haja restituição de leis que protejam as mulheres e, primordialmente, a adição de uma lei na Constituição Federal de 1988 que impeça e puna a violência obstétrica. Por fim, seria benfeitor se a Organização Mundial da Saúde (OMS) agisse de maneira a verificar o quadro, evitando o seu descumprimento. Parafraseando Nelson Mandela que diz que sempre é hora de fazer o certo, desfrutaríamos de resultados admiráveis e justos.