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Enviada em: 10/08/2018

É indubitável que o sexo feminino é alvo constante de violência. Nesse contexto, em decorrência da vulnerabilidade de gestantes parturientes, além de visões ancestrais inferiorizáveis e falhas informacionais, por parte dos médicos, entre outros fatores, a agressão tem ultrapassado os campos físicos e moral, gerando irreparáveis danos à maternidade brasileira.     Primordialmente, a recente adoção do termo, casos de violência obstétrica são registrados com frequência e ocorrem há muito tempo. A nomenclatura engloba diversos tipos de agressão, entre elas a episiotomia, prática que consiste em um corte cirúrgico feito no períneo, muito comum no Brasil. Entretanto, dados levantados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que a prática é desnecessária e extremamente violenta. Ainda, a falta de humanização médica, consoante aos ideários patriarcais de profissionais do sexo masculino, contribuem para a experiência desagradável em que as mulheres são submetidas.     Em uma segunda análise, não é incomum ouvir reclamações das parturientes devido à proibição de acompanhantes nos quartos hospitalares. Nesse sentido, apesar da existência da lei 11.108/2005 que garante a questão supracitada, a pesquisa “Nascer no Brasil” realizada por inúmeros instituições do ramo, revela que apenas 19% das mulheres tiveram companhia durante o período de hospitalização. Além disso, posições desconfortáveis durante o nascimento do bebê são corriqueiros, a OMS recomenda partos na vertical. Todavia, a grande maioria dos partos no país são feitos na horizontal, ou seja, deitada.    É evidente, portanto, que hodiernamente a violência para com as mulheres nesse período da gestação, é uma realidade. Dessa maneira, cabe ao Ministério da Saúde preparar os médicos tanto do sistema público, quanto privado para partos humanizados. Como já ocorre em Campina Grande, na Paraíba, onde é oferecido partos mais naturais, gratuitamente, em que a mãe é ouvida e os meios mecanizados são utilizados apenas em casos necessários, a fim de que as parturientes sejam tratadas de forma respeitosa. Outrossim, cabe aos órgãos governamentais competentes fornecer apoio psicológico e judicial àquelas que sofreram com más experiências em relação a conjuntura descrita. Ademais, o assunto deve ser difundido, para que de modo crescente, tais ocorrências sejam exterminadas.