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Enviada em: 02/10/2018

"Toda mulher tem direito ao melhor padrão atingível de saúde". Partindo da declaração da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma reflexão acerca do atendimento às parturientes no Brasil deve ser promovida para que os frequentes maus-tratos pelos profissionais de saúde tenham visibilidade. De acordo com a Revista Época, que, em 2015, recebeu mais de trezentas histórias sobre partos, o caso mais comum é a falta de cuidado no trato com a gestante, o que retrata a falta de humanidade e denota a superficialidade da relação com outro na modernidade líquida tão pregada pelo sociólogo Zygmunt Bauman. Dito isso, é imprescindível que haja políticas públicas que visem uma maior abrangência ao parto humanizado e que as mães brasileiras tenham o respeito que merecem.       Primeiramente, é necessário pontuar que o sistema patriarcal, responsável por deixar a mulher em posição de fragilidade democrática, potencializa a enorme quantidade de casos envolvendo violência obstétrica. Prova disso, segundo estudo realizado pela Fundação Perseu Abramo, é que uma 1 em 4 mulheres são vítimas de péssimos cuidados por parte daqueles que deveriam dar suporte físico e emocional, fazendo com que sejam humilhadas e submetidas à procedimentos não recomendados pela OMS, como é o caso da episiotomia (corte no períneo). Então, é importante que as parturientes tenham mais autonomia de seus próprios corpos e possam escolher a posição mais confortável durante o parto.       Além disso, cabe dizer que a crise econômica no país acaba reforçando os péssimos atendimentos nos hospitais, resultando em negligência e tragédia no local em que as mulheres supostamente deveriam se sentir mais seguras e acolhidas. Exemplo disso, de acordo com o portal de notícias G1, é o caso ocorrido em Cuiabá, em 2018, onde uma gestante foi obrigada a aguardar por doze horas e forçada a ter o parto normal, mesmo sem dilatação, tendo como consequência a morte do recém-nascido. Destarte, a saúde no Brasil deve ser priorizada, também, em prol de atendimentos mais humanizados, sobretudo para as mulheres responsáveis por darem vida às novas gerações.       Torna-se evidente, portanto, que medidas devem ser tomadas pelo poder público para que haja melhorias no atendimento e tratamento da mulher no Brasil. Posto isso, é essencial que os três poderes em Brasília, em conjunto com o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação, passem a dar mais atenção à questão da violência obstétrica, por meio de melhorias na educação de base da população, visando a desigualde social e o respeito nas relações interpessoais. Partindo disso, reestruturar a forma com que os profissionais de saúde lidam com seus pacientes, por meio de um treinamento humanizado, a fim de implementar métodos que facilitem os partos e assegurem o estado físico e mental das mães. Com isso, será possível o alcance do melhor padrão de saúde para as mulheres.