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Enviada em: 02/09/2018

Os ideais da Revolução Francesa inspirados no iluminismo tinham como vertentes a liberdade,igualdade e fraternidade. No Brasil hodierno, entretanto, ao observar a violência obstétrica deduz-se que a aspiração francesa apesar de atraente possui pragmatismo limitado e a problemática perpetua no cotidiano seja pela infração das regras morais por parte dos clínicos, seja pela insciência dos pacientes de seus direitos. Dessa forma, ressalta-se que a postura inerte do governo instiga o retardo na sociedade.      Mormente, ao avaliar a violência obstetrícia por um prisma estritamente histórico, notabiliza-se que até a metade do século XX, os partos eram, comumente, realizados sem supervisão médica o que culminou em um elevado índice de mortalidade gestacional. Paralelamente na atualidade, mesmo com o acesso ao acompanhamento médico, muitas mulheres padecem devido ao tratamento truculento de alguns profissionais da saúde, o que representa uma visível incoerência na formação do especialista, tendo em vista que a disciplina da ética é obrigatória no curso. Desse modo, analisa-se que a filosofia abordada é pouco pragmática na realidade.    Outrossim, a desinformação das gestantes sobre seus direitos também é um  fomentador do impasse. O renomado geógrafo Milton Santos pontuava que uma sociedade alienada é aquela que só enxerga o que separa, mas nunca o que une seus membros. Sob essa perspectiva, é factível dizer que as pacientes precisam ter plena consciência das prerrogativas concedidas a fim de reivindicar por um bom tratamento obstétrico e requerer a sanção penal quando forem hostilizadas por médicos ou enfermeiros.      Por conseguinte, infere-se que a violência obstetrícia é produto da estagnação do Estado frente à adversidade e por essa razão cabe ao Ministério da Saúde se mobilizar para atenuá-la. Diante disso, esse deve tornar prático o ensino da ética nas universidades por meio do diálogo entre paciente e futuro profissional da saúde: Os estudantes durante os  estágios podem orientar às mulheres gestantes a respeitos dos seus direitos, proporcionando o exercício da empatia, e as grávidas informadas poderão recorrer a justiça quando viável. Por fim, tal medida em voga faria jus ao século das luzes.